São Paulo é a área de maior risco climático na América do Sul, diz estudo

São Paulo é a área de maior risco climático na América do Sul, diz estudo

As áreas mais expostas às mudanças climáticas no mundo estão em regiões econômicas estratégicas da China e EUA, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira

Porto Velho, RO -
O estado de São Paulo despontou como a área de maior risco climático na América do Sul, aparecendo na 33ª posição do ranking geral, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira (20) sobre os riscos do aquecimento global em áreas urbanas. 

As demais localidades brasileiras que ficaram entre as 50 zonas mais vulneráveis foram Santa Catarina (45) e Minas Gerais (47). Ainda considerando os países sul-americanos, apareceu capital argentina, Buenos Aires, na 40º posição.

Em todos esses casos, o principal risco é devido às inundações fluviais e pluviais, e, no caso de Buenos Aires, também há a exposição ao aumento do nível do mar.

Enquanto Brasil e Argentina ficam entre os 50 países mais vulneráveis, a Índia aparece perto do topo, conforme sinalizou a empresa australiana XDI, especializada em avaliar riscos climáticos para investidores e analistas financeiros.

Já as regiões econômicas estratégicas da China e dos Estados Unidos são as mais expostas no mundo às consequências das mudanças climáticas.

— Recebemos um sinal muito forte para países como China, Estados Unidos e Índia. Esses são, basicamente, os motores da economia mundial, onde se concentram muitas infraestruturas — explica Karl Mallon, diretor de ciência e inovação da companhia.

Cerca de 80% dos territórios mais expostos estão localizados nestes países. Dos 10 primeiros, nove são chineses, como as províncias de Jiangsu (1), Shandong (2) e Hebei (3), no leste da segunda maior economia do mundo.

Alguns estados americanos de grande importância econômica também estão entre os primeiros da lista, como Flórida (10), Califórnia (19) e Texas (20), diz o relatório, que estudou 2,6 mil regiões.

Na Europa, o território mais vulnerável aos impactos é o estado alemão da Baixa Saxônia (56).

Fuga das capitais

O método utilizado pela XDI leva em conta oito fatores de risco: o aumento do nível dos rios, as inundações pluviais e costeiras, o calor extremo, os incêndios florestais, as secas, o vento extremo, as geadas e os degelos.

A modelo tem como base um dos cenários pessimistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), do aumento da temperatura global em mais de 3 graus antes do final do século, em relação à era pré-industrial.

Esse cenário também é utilizado pelos bancos para fazer avaliações de risco.

— Publicamos essa análise a pedido dos investidores que solicitavam dados sobre os riscos em escala regional — explica Rohan Hamden, CEO da XDI. 

— Como a infraestrutura construída geralmente se sobrepõe aos altos níveis de atividade econômica e valores de capital, é imperativo entender e avaliar melhor o risco físico da mudança climática.

Os autores do relatório pedem aos países que reduzam suas emissões de CO2 para limitar o aquecimento global e evitar futuras catástrofes. No entanto, alertam que as mudanças climáticas terão, de qualquer forma, consequências financeiras no preço de alguns títulos e no comportamento dos atores econômicos.

— As pessoas que querem abrir uma fábrica ou cadeia de suprimentos nesses estados e províncias vão pensar duas vezes — prevê Mallon. — Na melhor das hipóteses, pode haver um prêmio de risco para esses territórios e, na pior, uma fuga de capitais de investidores em busca de portos seguros para seus fundos.


Fonte: O GLOBO

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