Chuva no litoral foi a maior registrada no Brasil; entenda acúmulo de água

Chuva no litoral foi a maior registrada no Brasil; entenda acúmulo de água

Chuva em São Paulo superou tragédia em Petrópolis em 2022; veja comparação em gráficos

Porto Velho, RO
- O temporal que atingiu as cidades do Litoral Norte de São Paulo é o maior já registrado no país. 

O serviço de meteorologia MetSul afirma que as chuvas superam as registradas em Petrópolis na mesma época do ano passado, quando a cidade da Região Serrana foi castigada pelas águas. Dados de pluviômetros digitais do Centro Nacional de Previsão de Monitoramento de Desastres (Cemaden) apontam para um volume de chuva de quase 700 milímetros em alguns pontos da região paulista.

O que é o acúmulo de chuva?

O volume das chuvas é calculado com base em milímetros e metro quadrado. Numa área de um metro quadrado, um lito d´água sobe até a marca de um milímetro. No caso das chuvas torrenciais no Litoral Norte de São Paulo, foi como se mais de 600 litros de água tivessem sido despejados num espaço de apenas um metro quadrado durante esse intervalo de tempo. 

O total atingiria mais de meio metro de altura. A média para essa região, como afirma o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nessa época é de 200 mm de chuva.

Quais foram os maiores volumes registrados?

Segundo o Cemaden, em 24 horas, entre 9h do sábado (18) e 9h do domingo (19), a chuva somou 680 mm em Bertioga; 626 mm em São Sebastião; 388 mm no Guarujá; 337 mm em Ilhabela; 335 mm em Ubatuba; 234 mm em Caraguatatuba; 225 mm em Santos; 203 mm em Praia Grande; e 186 mm em São Vicente.

Em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, nas chuvas do começo do ano passado, que também provocaram mortes, foram 534,4 milímetros de água acumulados em 24 horas. No bairro São Sebastião, por exemplo, foram 415 milímetros em apenas dez horas.

Por que choveu tanto no Litoral Norte de São Paulo?

As chuvas torrenciais foram resultado de uma combinação de fatores. Segundo o Inmet, havia um fenômeno comum a essa época, de um corredor de ar quente e úmido que vem do Atlântico Equatorial, passa pela floresta Amazônica e chega ao Sudeste. 

A chegada dessa frente ao litoral se somou à ação de um sistema de baixa pressão no Atlântico, onde a temperatura do mar está elevada. Esse fenômeno "soprou" evaporação do mar para o continente, que no Litoral Norte de SP foi de encontro aos morros, gerando as tempestades vistas.

— Tudo colaborou para essas chuvas intensas. Para o Litoral Norte, a média para esse ano é acima de 200 mm, o que é muito. Mas a temperatura elevada no oceano, de 27, 28 graus, com ação do ciclone extratropical associado a uma frente fria foram os maiores responsáveis pela intensidade, que chegou a mais de 600 mm em alguns pontos. 

Não é normal uma chuva dessa. E tivemos a questão da topografia influenciando os incidentes — explica o meteorologista do Inmet Mamedes Luiz Mello.


Fonte: O GLOBO

Postar um comentário

Please Select Embedded Mode To Show The Comment System.*

Postagem Anterior Próxima Postagem