Em entrevista, Rafael se declara ao Botafogo, relata experiências nos bastidores e revela: 'meu maior ídolo é o Dodô'

Em entrevista, Rafael se declara ao Botafogo, relata experiências nos bastidores e revela: 'meu maior ídolo é o Dodô'

Dono da mística camisa 7 alvinegra, o lateral se recupera de grave lesão no tendão de Aquiles, mas, torcedor fanático do clube, vive e comemora os processos internos da SAF como poucos

Porto Velho, RO - Em 8 de setembro de 2021, o Botafogo anunciou a contratação de Rafael. Torcedor declarado do clube, o lateral recebeu a mística camisa 7 do clube, que pertenceu a ídolos como Garrincha e Túlio Maravilha. 

Pouco mais de uma semana após sua chegada, o alvinegro já contabilizava um aumento de dois mil novos sócios. Mas com apenas 90 minutos em quatro partidas disputadas na Série B, o rumo dentro de campo não foi o esperado inicialmente.

Rafael começou 2022 como titular, mas logo nos primeiros 45 minutos em campo no Carioca, rompeu o tendão de Aquiles em jogo contra o Boavista. Mais seis meses afastado do que o motivou a voltar ao Brasil depois de 14 anos na Europa: o sonho de vestir a camisa do Botafogo. 

Por isso, o lateral ex-Manchester United vive, fora de campo, a transformação alvinegra com a SAF como uma espécie de “torcedor VIP” — com direito à publicações “curiosas” nas redes sociais. Em entrevista ao GLOBO, Rafael detalhou essa experiência.

Como é ser um "torcedor VIP" no meio do novo projeto?

Agora que começou o Brasileiro, não está fácil não. Não vou mentir. Comecei o ano com uma expectativa grande de jogar. Agora você vê o Botafogo bem, contratando, mudando, e eu não posso ajudar. É uma frustração muito grande. Como não posso jogar, consigo falar e olhar as coisas que acontecem. A construção do novo Botafogo está sendo interessante. Acho legal a liberdade que o pessoal me dá. O (André) Mazzuco, Durcesio (Mello). Mas tem a hierarquia dentro do vestiário também. Carli e Kanu, que respeito demais, são os líderes do time. Quando acho que tenho que falar, converso com eles.

Por que essa ligação tão forte com o Botafogo?

Meu pai é botafoguense, então tem isso de pai para filho. Com cinco anos eu vi o Botafogo ser campeão brasileiro, então acho que isso motiva ainda mais. Quando você pega o amor por um time, é difícil explicar. Quando estava no Fluminense (Rafael foi formado em Xerém), muita gente sabia que eu era botafoguense. Eu ficava na frente da televisão assistindo aos jogos.

Túlio é o seu maior ídolo?

Ele é meu ídolo, mas o maior é o Dodô. Ele tinha uma coisa, jogava muito bonito. Acho que foi o cara que mais jogou no Botafogo.

Você tem sido um verdadeiro botafoguense nas redes sociais.

Às vezes coloco coisas desnecessárias, mas ali, no calor do momento, a gente vai falando coisas que sente.

Como está o psicológico?

Tento sempre ser positivo. Ainda faltam dois meses e meio, três meses para voltar. Esse começo agora tava sendo muito difícil, mas tento fazer isso. Torcer e às vezes falar lá no Twitter, porque distrai bastante.

O pessoal do clube não fica chateado?

Falaram comigo desse dia (após a semifinal do Carioca contra o Fluminense, Rafael escreveu “Eu nunca vi na minha vida um negócio tão ridículo, o Campeonato Carioca tem que acabar e simples… vai tomar no...”), que entendiam, mas não precisava. Concordei, disse que tava errado e pedi desculpas. Eu dou trabalho de vez em quando (risos). Mas tento falar sempre com o máximo de coerência possível. Naquele jogo eu tive. Tirando o palavrão, não tiro nada do que falei.

Então ano que vem é time B do Botafogo no Carioca?

Se continuar do jeito que tá, não tem condição. Não gosto de ficar reclamando, mas não é a primeira vez. Não muda. Até o regulamento do Carioca é ruim. Mas isso não sou eu que resolvo. Se tiver que me colocar para jogar, vou jogar.

Como foi jogar no Manchester United de Cristiano Ronaldo e Fergunson?

Foi uma experiência incrível. Eu não imaginava jogar com o Cristiano Ronaldo com 17 anos. E ali não tinha só ele, tinha o Rooney, o Ferdinand. Sou amigo do Ferdinand até hoje. Não troco mensagem com o Ronaldo, mas com ele sim.

Alguma história nesse time?

Meu primeiro jogo na Champions. Eu era muito novinho, tava 2 a 0 para a gente. O Ronaldo já tinha moral, então estava dando “migué” na marcação. No intervalo, o Ferguson entrou no vestiário e falou: “você tem dez minutos para marcar e ajudar o Rafael. Se não, você sai”. Desse jeito. E ele ficava balançando a cabeça, muito bravo. 

Essa história foi muito engraçada. Tu vê que o cara era um manager mesmo. Até porque não era eu que ia falar com o Ronaldo, né (risos). Eu com 18 anos, imagina falar assim com “o homem”?

Sobre a proposta que o Fla fez para você no fim de 2018, se arrependeu em não ter ido?

Zero. Eu sou botafoguense, então a minha escolha foi não ir para o Flamengo e não me arrependo nem um pouco.

Ano passado você chegou no Botafogo sem receber salário. Como está a situação nesse ano?

Vim para o Botafogo num momento diferente do atual. Quando eu voltar, se for bem, acredito que o clube vá me chamar para renovar (o contrato de Rafael com o Botafogo vai até o fim de 2023). Isso depende muito de mim. Não é um esforço que estou fazendo pelo Botafogo. Ganho um salário justo.


Fonte: O GLOBO

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