Bolsonaro convoca reunião com Petrobras e diz que paridade no petróleo 'não pode continuar'

Bolsonaro convoca reunião com Petrobras e diz que paridade no petróleo 'não pode continuar'


Presidente afirmou que atrelamento ao preço mundial é 'grande problema', que buscará 'solução'

Porto Velho, RO - O presidente Jair Bolsonaro afirmou que haverá nesta segunda-feira uma reunião com os ministros da Economia e da Minas e Energia e a Petrobras para tratar do preços dos combustíveis, que já estavam em alta e agora estão sob pressão ainda maior com a guerra na Ucrânia.

Até o momento, no entanto, não consta da agenda nenhuma reunião do presidente com os ministros da área. Integrantes da equipe econômica, contudo, afirmam que nesta segunda-feira deverá ocorrer uma reunião dos técnicos dos ministérios na Casa Civil e o encontro dos ministros com o presidente deve ficar para a terça-feira, mas oficialmente nada disso está confirmado.

Bolsonaro ainda afirmou que a paridade internacional do preço do petróleo é resultado de uma "legislação errada" e "não pode continuar acontecendo". Diante do aumento no preço do barril do petróleo, Bolsonaro afirmou que não pode repassar inteiramente esse reajuste para o preço do combustível.

— Tem uma legislação errada feita lá atrás, que você tem a paridade com o preço internacional. Ou seja, o que é tirado do petróleo, leva-se em conta o preço fora do Brasil. Isso não pode continuar acontecendo. Estamos vendo isso aí, sem ter nenhum sobressalto no mercado — disse Bolsonaro, em entrevista à rádio Folha, de Roraima.

O presidente disse que a paridade é o "grande problema" e que uma "solução" será buscada "de forma "bastante responsável":

— Leis feitas erradamente lá atrás atrelaram o preço do barril produzido aqui e o preço lá de fora. Esse é o grande problema, nós vamos buscar solução para isso de forma bastante responsável.

O preço do petróleo bruto passa perto dos US$ 90, o barril em junho de 2012, em meio à crise econômica na zona do euro. Até 2014, os preços evoluíram quase continuamente próximo dos US$ 100, sustentados pelo endurecimento das sanções contra o Irã e pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio, em particular, pelo conflito na Síria.

O barril de petróleo do tipo brent chegou a US$ 139 na madrugada desta segunda-feira, maior cotação desde o recorde de US$ 147,50 de julho de 2008. O aumento ocorre diante do temor de uma escalada nas sanções ocidentais à Rússia pela invasão da Ucrânia.

Bolsonaro disse ainda que "não é admissível" repassar esse aumento para os consumidores:

— Isso que está acontecendo, esse preço altíssimo do petróleo, algo anormal, atípico, que o governo federal, nós, juntamente com a Economia agora à tarde, Ministério de Minas e Energia e a própria Petrobras vamos buscar uma alternativa. Porque, se você for repassar isso tudo para o preço dos combustíveis, você tem que dar aumento em torno de 50% nos combustíveis. Não é admissível.

De acordo com o presidente, "a população não aguenta uma alta com esse percentual aqui no Brasil".

Fonte: O Globo

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