Após declarações de Biden, secretário de Estado diz que EUA não têm estratégia de mudança de regime na Rússia

Após declarações de Biden, secretário de Estado diz que EUA não têm estratégia de mudança de regime na Rússia

Durante visita a Jerusalém, Blinken tenta suavizar discurso de presidente americano, que disse que gostaria de ver Putin longe do Kremlin

Porto Velho, RO — O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, procurou suavizar o discurso neste domingo e disse que os Estados Unidos "não têm estratégia de mudança de regime para a Rússia", um dia depois de o presidente Joe Biden sugerir que o presidente russo, Vladimir Putin, "não deve permanecer no poder".


— Acho que o presidente, a Casa Branca, afirmou ontem à noite que, simplesmente, o presidente Putin não pode ter o poder de fazer guerra ou se envolver em agressão contra a Ucrânia ou qualquer outra pessoa — afirmou Blinken durante uma visita a Jerusalém, onde discutiu o programa nuclear iraniano. 

— Como você sabe, e como você nos ouviu dizer repetidamente, não temos uma estratégia de mudança de regime na Rússia, ou em qualquer outro lugar, aliás.

Por meses, a Rússia afirma que a pressão internacional contra o país é uma tentativa de "mudança de regime", algo que a Casa Branca sempre negou. 

No sábado, no entanto, em um discurso que marcou o fim de uma viagem voltada a reforçar a aliança internacional contra a Rússia, Biden centrou suas críticas contra o líder russo, afirmando que ele "sufoca" a democracia e, no final de sua fala, sugeriu que gostaria de vê-lo longe do Kremlin.

— Teremos um futuro diferente, mais brilhante, enraizado na democracia e princípios, na esperança e na luz. Pelo amor de Deus, esse homem não pode continuar no poder — disse Biden em Varsóvia, capital da Polônia.

Em resposta às declarações, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a mudança no poder "não é algo a ser decidido pelo sr. Biden", acrescentando que "o presidente da Rússia é eleito pelos russos".

Em Jerusalém, onde irá discutir o programa nuclear iraniano com o chanceler israelense, Yair Lapid, o secretário de Estado disse ainda que Estados Unidos e Israel estão comprometidos em impedir que o Irã obtenha uma bomba atômica, em um momento em que os dois países expressaram suas diferenças sobre a negociação com Teerã sobre seu programa nuclear.

— Na questão mais importante, nós concordamos. Estamos ambos comprometidos, estamos determinados que o Irã nunca terá uma bomba nuclear — disse Blinken a repórteres em Jerusalém, ao lado do chanceler israelense. 

— Biden acredita que retornar a uma implementação completa do acordo [nuclear, assinado em 2015] é a melhor maneira de colocar o programa iraniano de volta na caixa em que ele escapou quando os Estados Unidos se retiraram do acordo.

O acordo de 2015, assinado entre o Irã, EUA, França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China, permitiu o levantamento de sanções econômicas internacionais contra o Irã em troca de limitações estritas de seu programa nuclear. 

Os EUA deixaram o acordo em 2018, sob a presidência de Donald Trump, que o considerava insuficiente, e estabeleceram um regime ainda mais duro de sanções, conhecido como a política de "pressão máxima", ainda em vigor.

As negociações, retomadas no ano passado, pareciam perto de um acordo há semanas, mas a Rússia tem feito exigências de última hora aos Estados Unidos, insistindo que as sanções impostas a Moscou por sua invasão da Ucrânia não deveriam afetar seu comércio com o Irã.


Fonte: O GLOBO

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