Porto Velho, RO. Em meio ao debate crescente no Brasil entre Elon Musk, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o governo Lula (PT), o presidente da Argentina, Javier Milei, encontrou-se com o bilionário no Texas nesta sexta-feira (12), na fábrica da montadora de carros elétricos Tesla.
O governo argentino afirma que, entre uma lista de outros temas abordados, o contexto brasileiro foi mencionado.
Milei
"ofereceu colaboração neste conflito entre a rede social X no Brasil e o
marco do conflito judicial e político no país", disse a assessoria do
argentino.
Não foram dados detalhes de como seria essa
colaboração ofertada pelo presidente ultraliberal, que no decorrer da
última semana fez um giro pelos Estados Unidos, onde se encontrou com
empresários e com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e deu
entrevistas.
Buenos Aires também comunicou que no encontro o dono
do X (antigo Twitter) e Milei acordaram que vão realizar "muito em
breve" um grande evento na Argentina para "fomentar as ideias da
liberdade".
Entre outros temas, Musk teria abordado suas ideias
sobre como fomentar as taxas de natalidade ao redor do mundo,
"enfatizando que o decrescimento das populações pode ser o fim da nossa
civilização".
Musk embarcou na onda de figuras bolsonaristas e
atualmente trava uma disputa com o ministro do STF Alexandre de Moraes, a
quem tem chamado de ditador. Moraes, por sua vez, determinou a
investigação de Musk, que ameaçou liberar contas bloqueadas na Justiça
por fake news.
Na quarta-feira (10), Lula disse Musk nunca
produziu "um pé de capim no Brasil" e defendeu o STF. No dia anterior, o
presidente brasileiro havia dito que bilionários do mundo precisam
aprender a preservar a floresta, fazendo uma referência indireta ao dono
do X.
Moraes incluiu Musk no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.
Apesar
de se definir como um "absolutista da liberdade de expressão" e ter
protestado contra o que definiu como "tanta censura" de Moraes, Musk tem
cumprido, sem reclamar, centenas de ordens de remoção de conteúdo
vindas dos governos da Índia e da Turquia, como mostrou a Folha de
S.Paulo.
Fonte: Folhapress