Oi deve propor venda da carteira de clientes de fibra óptica em seu novo plano de recuperação judicial

Oi deve propor venda da carteira de clientes de fibra óptica em seu novo plano de recuperação judicial

Empresa entrou com pedido de recuperação pela segunda vez, com R$ 36,7 bilhões em dívidas

A Oi vai apresentar nos próximos dias a nova versão de seu segundo plano de recuperação judicial. De acordo com fontes do setor, a tele carioca vai propor a venda de sua carteira de clientes de fibra óptica, hoje reunidos na ClientCo. São mais de 4 milhões de usuários. Para isso, a tele carioca contratou recentemente advisors (conselheiros) para estruturar o processo de venda da unidade.

O novo plano terá ainda a venda da fatia da Oi na V.Tal, empresa que é dona da infraestrutura de fibra óptica, com mais de 400 mil quilômetros de extensão. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, a venda de ativos ganhou força nos últimos meses durante as negociações com os credores.

A primeira versão do segundo plano de recuperação judicial da Oi chegou a ser apresentada no início do ano passado, mas as negociações não avançaram. A tele carioca entrou com um novo pedido de proteção judicial com dividas financeiras de R$ 36,7 bilhões, de acordo com o balanço do terceiro trimestre.

No processo que envolve a venda da carteira de clientes de fibra, a companhia ainda trabalha no valor da companhia.

“Foram contratados advisors para avaliar o mercado e suas possibilidades para o que poderia ser o valor da ClientCo. Ainda está no meio do processo”, diz a fonte.

No mercado, especula-se que a base de clientes pode ser vendida para alguma empresa que já opera no Brasil no segmento de fibra. Não estaria descartada operação similar ao que foi feito com a operação móvel da Oi, quando TIM, Claro e Vivo dividiram entre si os clientes de telefonia móvel.

A Oi promove seu serviço de fibra óptica durante o BBB, programa que voltou a patrocinar. Com as aparições, a tele registrou um aumento de 6% nas vendas dos canais físicos e de cerca de 20% no e-commerce, nas três primeiras semanas de janeiro em relação ao último trimestre de 2023.

O objetivo da Oi é marcar a assembleia no início de março, após chegar a um pré-acordo com os credores, como as agências de crédito à exportação, os donos de títulos do exterior (bondholders) e os bancos nacionais.

O que vai ficar na empresa

No ano passado, o plano que estava predefinido previa duas opções: os credores que optassem por colocar R$ 4 bilhões (ou US$ 750 milhões, a depender do câmbio) no caixa da tele teriam um corte de cerca de 50% no valor da dívida; e os que não aportassem recursos teriam uma redução de cerca de 70%. Em ambos os casos, a dívida remanescente seria convertida em ações.

Na versão anterior, a Oi tinha dado como garantia ações da V.Tal, rede de fibra óptica. Mas, agora, as negociações discutem os percentuais de venda da operação, diz a fonte.

Com a venda dos dois ativos, a Oi ficaria apenas com a Oi Soluções (de clientes corporativos), operações fixas, os clientes de TV, a rede de cobre, a Tahto (atendimento) e a Serede (de manutenção).

A Oi alterou sua direção. Há duas semanas, a empresa anunciou que Rodrigo Abreu deixou o cargo de diretor-presidente, após dois anos. Ele segue como membro do Conselho de Administração e na liderança do processo de recuperação. Para comandar a operação da empresa, foi nomeado Mateus Bandeira.


Fonte: O GLOBO

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