'Fla-Flu dos desfalques' coloca adaptabilidade e tempo de casa de Fernando Diniz e Jorge Sampaoli à prova por soluções

'Fla-Flu dos desfalques' coloca adaptabilidade e tempo de casa de Fernando Diniz e Jorge Sampaoli à prova por soluções

Treinadores precisam se reinventar para abrir vantagem nas oitavas de final da Copa do Brasil

Porto Velho, RO - Passaram-se apenas 46 dias desde que Fluminense e Flamengo se enfrentaram pela última vez, na final do Campeonato Carioca de 2023. Parece pouco — e, de fato, é —, mas é tempo suficiente para que tricolores e rubro-negros se reencontrem em situações totalmente diferentes para a partida de hoje, às 21h, no Maracanã, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. 

Se antes a força máxima ditou o tom daquela decisão, hoje o clássico já vem sendo conhecido nas redes sociais como o “Fla-Flu dos desfalques”, que colocará à prova a capacidade dos técnicos Fernando Diniz e Jorge Sampaoli de reinventarem seus estilos e ideias diante de tantos problemas.

No Fluminense, dois titulares absolutos estão fora: o volante Alexsander, com estiramento no ligamento do joelho esquerdo, e o atacante Keno, com problema muscular. O lateral-direito Samuel Xavier e o volante Martinelli são dúvidas e, mesmos se forem relacionados, a tendência é que não iniciem como titulares.

No Flamengo, o zagueiro David Luiz, com lesão muscular na coxa direita, está fora e o atacante Pedro, também com problema muscular, tem chances remotas de entrar em campo. O goleiro Matheus Cunha e o atacante Everton são dúvidas. Certo é que independentemente da lista de relacionados e das escalações que os treinadores levarem a campo, o ponto-chave do clássico será saber quem terá melhor entrosamento mesmo com tantos desfalques.

Diniz leva uma pouco de vantagem neste ponto. Após completar um ano no cargo e ser o sexto treinador mais longevo no futebol brasileiro até o momento, tem como diferencial o fato de conhecer o elenco tricolor há um bom tempo — e poder encontrar soluções para seus problemas táticos com maior facilidade.

O Brasileirão tem dado indícios de que o técnico do Fluminense domina mais o que tem em mãos. Tricolores e rubro-negros estão no momento mais corrido da temporada, entrando em campo todo meio e fim de semana desde que Jorge Sampaoli assumiu o rubro-negro. A conta do calendário apertado e com pouco tempo de descanso estoura nos jogadores, que acabam se lesionando.

Nesta situação, técnicos mais longevos em seus cargos têm levado a melhor. No Brasileirão, os três melhores colocados têm trabalhos de longo prazo: Abel Ferreira, no Palmeiras, contratado em 30 de outubro de 2020; Luís Castro, do Botafogo, anunciado em 25 de março de 2022, e o próprio Fernando Diniz, que retornou ao Fluminense em 30 de abril de 2022.

O volante Lima disse que a final do Carioca pouco serve de base para a partida da Copa do Brasil exatamente pelas grandes mudanças nas equipes:

— Não há vantagem alguma, até porque (o Flamengo) mudou treinador e algumas peças. É outro Flamengo, tem jogadores bons do lado de lá, tem um grande treinador e são muito inteligentes. Mas estamos trabalhando firme e pensamos bastante no que fazer para amanhã (hoje).

Do outro lado, Jorge Sampaoli, com apenas 31 dias no cargo, tem opções mais fartas no elenco e a folha salarial mais cara do país com um banco de reserva de luxo — apesar de ainda buscar um time ideal neste Flamengo que vence de maneira irregular. No rubro-negro, a confiança é que se o lado tático e de entrosamento não prevalecer em campo, a vantagem do talento individual dos atletas pode fazer o time ser superior.

Sem Pedro, Gabigol voltará a cumprir a função de centroavante. Se Everton não estiver apto, será Bruno Henrique quem deve fazer a função. Caso Matheus França não tenha condições, Everton Ribeiro deve ser o escolhido no meio. 

E assim, o rubro-negro segue com problemas na parte tática, mas não vê o nível técnico da equipe cair. Após a partida contra o Bahia, no último sábado, o técnico argentino pediu mais maturidade para a equipe.

No histórico do confronto entre os treinadores, Jorge Sampaoli leva vantagem: são duas vitórias para o argentino, contra um empate e um triunfo do brasileiro. Sampaoli triunfou por Santos e Atlético-MG, enquanto a vitória de Diniz aconteceu com o São Paulo.

O jogo de volta da Copa do Brasil será no próximo dia 1º de junho, uma quinta-feira, às 20h, no Maracanã. Não há regra do gol fora de casa.


Fonte: O GLOBO

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