Câmara dos EUA investiga se deputado filho de brasileiros violou lei eleitoral ou se envolveu em má conduta sexual

Câmara dos EUA investiga se deputado filho de brasileiros violou lei eleitoral ou se envolveu em má conduta sexual

George Santos disse que está 'cooperando totalmente' com a investigação; ele também é investigado em âmbito estadual e federal

Porto Velho, RO - A Comissão de Ética da Câmara dos EUA anunciou nesta quinta-feira que abriu uma investigação sobre o deputado George Santos, o republicano filho de brasileiros sob escrutínio por mentiras sobre seu passado e questionamentos sobre suas finanças de campanha. O inquérito abrangerá várias áreas em que Santos foi acusado de má conduta financeira ou sexual.

A Comissão disse em comunicado que buscará determinar se Santos falhou em divulgar adequadamente informações sobre suas divulgações financeiras na Câmara, se violou leis federais de conflito de interesses ou se envolveu em outras atividades ilegais durante sua campanha para o Congresso em 2022.

Também examinará uma alegação de má conduta sexual de um possível assessor do Congresso, Derek Myers, que trabalhou brevemente no escritório de Santos. De acordo com o Washington Post, Myers afirmou no mês passado que foi assediado sexualmente pelo congressista, e teria apresentado uma queixa ao Escritório de Ética do Congresso. O homem afirmou ao jornal que divulgaria evidências à Comissão de Ética caso fosse chamado.

Santos, que representa partes de Long Island e Queens, em Nova York, disse no Twitter que estava "cooperando totalmente" com a investigação e que não faria mais comentários.

A ação começou na terça-feira, quando o corpo de 10 membros, dividido igualmente entre republicanos e democratas, votou unanimemente pela criação de uma subcomissão investigativa para examinar Santos, de acordo com um comunicado divulgado nesta quinta-feira pelos principais membros republicanos e democratas do grupo.

A subcomissão terá quatro membros, sendo dois democratas e dois republicanos, e será liderado pelo deputado David Joyce, republicano de Ohio. Dois legisladores democratas de Nova York solicitaram pela primeira vez uma investigação ética em janeiro, e vários colegas republicanos de Santos manifestaram apoio à medida.

O deputado republicano Kevin McCarthy, presidente da Câmara, atribuiu amplamente o destino de Santos no Congresso aos resultados de uma investigação ética da Câmara.

Embora alguns dos colegas republicanos de Santos na Câmara, bem como autoridades republicanas locais em Nova York, tenham instado Santos a renunciar, McCarthy disse que não o pressionaria a fazê-lo. Porém, ele prometeu que a Câmara "agiria" se a Comissão de Ética encontrasse um motivo para isso.

A postura de McCarthy em relação a Santos, que também enfrenta investigações de promotores federais e locais e da Comissão Eleitoral Federal, parece ter endurecido nas últimas semanas.

Mesmo com alguns republicanos expressando relutância em trabalhar com Santos enquanto ele enfrenta investigações, McCarthy e os líderes republicanos inicialmente o indicaram para duas comissões. Na época, McCarthy argumentou que Santos foi devidamente eleito e não deveria ser penalizado. Contudo, Santos mais tarde se retirou dos grupos.

— Não estamos permitindo que ele participe de comissões — disse McCarthy no mês passado, acrescentando mais tarde que ele e Santos "tiveram uma conversa" e decidiram "que é o melhor neste momento".

O cronograma da investigação da Comissão de Ética ainda não está claro. Os críticos costumam argumentar que o corpo se move muito devagar, com os representantes geralmente preferindo ver outros legisladores renunciarem ou chegarem ao fim de seus mandatos, em vez de punir seus colegas.

Se a Comissão descobrir que Santos cometeu uma violação ética, há uma série de opções disciplinares, incluindo a imposição de multas ou a recomendação de que a Câmara aprove resoluções para censurá-lo ou repreendê-lo. Em casos extremos, a Comissão pode recomendar que um membro seja expulso da Câmara, mas tal ação é rara e exigiria uma maioria de dois terços dos votos.


Fonte: O GLOBO

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