Câmara aprova em 2º turno texto-base da PEC da Gastança

Câmara aprova em 2º turno texto-base da PEC da Gastança

Medida autoriza o furo do teto de gastos em R$ 145 bilhões.

Porto Velho, RO -
A Câmara dos Deputados concluiu, nesta quarta-feira, 21, a aprovação do texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Gastança, que autoriza o furo do teto de gastos para o cumprimento das promessas de campanha do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Por 331 votos favoráveis e 163 contrários, os parlamentares aprovaram o texto em segundo turno. Como foi modificada pelos deputados, a matéria volta para análise do Senado e deverá ser votada ainda hoje.

A aprovação da PEC da Gastança autoriza o estouro do teto de gastos em R$ 145 bilhões no próximo ano. A matéria também permite o uso de R$ 23 bilhões em investimentos fora da regra fiscal. Esse valor se refere ao excedente de arrecadação obtido pelo governo no ano anterior.

Modificações

Os deputados aprovaram duas modificações no texto da PEC. A primeira mudança diminuiu o tempo de ampliação do teto de gastos para um ano, diferente do prazo de dois anos do texto aprovado no Senado. Inicialmente, a proposta negociada pelo governo eleito era de validade por quatro anos.

Outro destaque aprovado alterou a destinação dos recursos do chamado orçamento secreto, as emendas de relator, consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Acordo entre líderes partidários definiu que os recursos serão rateados entre emendas individuais e programações de execução não obrigatória pelo Executivo. A Câmara ficará com 77,5% do valor global das emendas individuais; e o Senado, com 22,5%.

Um destaque (sugestão de alteração do texto) apresentado pelo Novo buscava retirar a possibilidade de o governo eleito apresentar, até agosto de 2023, uma proposta de nova âncora fiscal que substituísse o teto de gastos por um projeto de lei complementar.

PSDB e Cidadania, por exemplo, que haviam apoiado a PEC, manifestaram-se favoravelmente ao destaque. Os partidos argumentam que o dispositivo fragiliza o processo de escolha de âncoras fiscais e facilita para o governo petista se desfazer do teto de gastos.

Regra de ouro

A PEC dispensa a “regra de ouro” em relação à necessidade de que o Poder Executivo solicite ao Congresso Nacional autorização para emitir títulos da dívida pública para financiar despesas correntes no montante de R$ 145 bilhões no próximo ano. Os recursos ficarão de fora ainda da meta de resultado primário.

Também estão retiradas as limitações do teto de gastos em doações recebidas por universidades federais, recursos para o auxílio-gás em 2023, transferência de recursos dos estados para União executar obras e serviços de engenharia. Ficam fora da limitação as doações para projetos socioambientais relacionados às mudanças climáticas.


*Com informações da Agência Brasil

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