Ataque no Texas: Professora fechou porta de escola, mas tranca não funcionou

Ataque no Texas: Professora fechou porta de escola, mas tranca não funcionou

Suspeita inicial era de que funcionária teria deixado entrada aberta, permitindo passagem de atirador, mas câmeras de segurança confirmaram o contrário

Porto Velho, RO -
A polícia do Texas informou nesta terça-feira que o atirador que invadiu uma escola na cidade de Uvaulde e matou 21 pessoas na semana passada entrou no local por uma porta que deveria trancar, impedindo a entrada de alguém que estava do lado de fora, mas que por alguma motivo não funcionou. 

A nova versão é diferente das suspeitas iniciais, que indicavam que uma professora havia deixado uma entrada da Robb Elementary School aberta, o que violaria uma política da instituição de educação, onde os funcionários são obrigados a manter as portas fechadas e trancadas.

Conforme o Departamento de Segurança Pública do Texas (DPS), que está investigando a resposta da polícia ao ataque, a funcionária fechou a porta assim que o atirador Salvado Ramos, de 18 anos, entrou no campus. Don Flanary , advogado da mulher que não teve a identidade revelada, contou ao jornal San Antonio Express-News na terça-feira que ela "achou que a porta iria trancar porque essa porta sempre deveria estar trancada".

O advogado disse ainda que, inicialmente, a professora havia apoiado a porta aberta com uma pedra para que ela pudesse levar comida de um carrinho para uma sala de aula, mas ela "chutou a pedra quando voltou" depois de perceber que uma pessoa armada estava no campus.

O porta-voz do Texas DPS, Travis Considine, informou que imagens das câmeras de segurança confirmaram que a porta estava fechada. Ele disse que os investigadores agora estão apurando por que ela não foi bloqueada.

— Ela voltou enquanto estava no telefone, ouviu alguém gritar: 'Ele tem uma arma!', ela o viu [o atirador] pular a cerca e que ele tinha uma arma, então correu de volta para dentro — disse Considine, reforçando que funcionária removeu a pedra ao entrar novamente no prédio.

Pior ataque em mais de 10 anos, com 21 mortos, não come republicanos sobre projetos de verificações de antecedentes

Críticas sobre ação da polícia

No início desta semana, a polícia de Uvalde admitiu ter tomado “a decisão errada” ao esperar 78 minutos para entrar nas salas de aula onde 21 pessoas morreram na terça-feira, acreditando que “não havia crianças em risco”. A declaração veio após testemunhas acusarem os agentes de segurança de terem demorado muito para responder ao massacre, o pior do tipo em quase uma década nos Estados Unidos.

Quase 20 policiais esperaram do lado de fora das classes, apesar dos pedidos de ajuda. Ao menos duas crianças e uma professora ligaram para o 911, número dos serviços de emergência nos EUA, após o atirador entrar nas salas adjacentes com uma arma semiautomática do tipo AR-15, disse o coronel Steven McCraw, diretor do Departamento de Segurança Pública do Texas, em uma tensa entrevista a jornalistas.

Salvador Ramos entrou na escola às 11h28 da terça-feira da semana passada, quando começou a disparar contra as janelas. Simultaneamente, um agente da guarda escolar que estava respondendo ao chamado “passou pelo suspeito” sem notar, em busca de alguém que acreditava ser o atirador. Esta pessoa, disseram as autoridades, era na verdade um professor.

Os agentes de segurança só entrariam nas salas por volta das 12h50, afirmou McCraw, quando uma equipe tática da polícia fronteiriça usou as chaves de um zelador para destrancar a porta e, em seguida, matar o suspeito. Os policiais especializados haviam chegado 35 minutos antes, mas a polícia local não os deixou avançar.

O chefe do departamento policial do distrito escolar, a pessoa responsável pela operação, acreditava que Ramos estava embarricado e que as crianças não estavam em risco, disse McCraw nesta quinta. Isso daria às autoridades tempo para se preparar:

— Obviamente, baseado nas informações que nós temos, havia crianças naquela sala que ainda estavam em risco — afirmou. — Com o benefício de saber o que sei agora, claro, não foi a decisão certa. Foi a decisão errada. Ponto final.


Fonte: O GLOBO

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