O Estadual do Rio produziu um justo campeão, o Fluminense. Mas não a convicção sobre a real capacidade dos quatro grandes cariocas

O Estadual do Rio produziu um justo campeão, o Fluminense. Mas não a convicção sobre a real capacidade dos quatro grandes cariocas

O Estadual do Rio produziu um justo campeão, o Fluminense. Mas não a convicção sobre a real capacidade dos quatro grandes cariocas

Porto Velho, RO - Do poderio técnico e econômico aos modelos de clube, do regime associativo de Flamengo e Fluminense à SAF do Botafogo, passando por um Vasco que inicia a transição, um mar de diferenças marca a forma como os cariocas vão mergulhar no Campeonato Brasileiro, seja na Série A ou B. Ainda assim, é curioso como contextos tão distintos podem convergir num ponto: as dúvidas os unem.

O Estadual do Rio produziu um justo campeão, o Fluminense. Mas não a convicção sobre a real capacidade dos quatro grandes cariocas.

A atuação tricolor na final foi notável, com domínio das ações, controle. Ocorre que este não era o padrão do time até ali. Na arrancada de 2022, o Fluminense teve resultados de mais para desempenhos de menos, inclusive quando passou de fase na Libertadores. 

Foi à final do Carioca após jogos desalentadores contra o Botafogo e após uma atuação terrível no Paraguai, na queda da Libertadores. Houve jogos em que defendeu muito perto de sua área sem incomodar o gol rival. Em outros, ficou exposto ao tentar agredir. Pode haver sinais de que o time caminha para algum equilíbrio.

Ao bater o Flamengo na abertura das finais do Carioca, o time defendeu bem, não ficou acuado, mas ofensivamente ainda era pobre: não produziu para fazer o 2 a 0. Na decisão, aí sim, deu sinais de que pode ser um time com mais repertório. O desafio tricolor, que em breve perderá Luiz Henrique, é estabelecer um padrão. Há sinais positivos e a confiança restaurada após o trauma em Assunção.

O Flamengo fez o oposto: encerrou o Carioca com sua pior partida. No papel um dos favoritos, parece imerso em questionamentos. Há uma aparente inflexibilidade de Paulo Sousa em seu sistema e, por consequência, uma sucessão de desconfortos de jogadores. 

Ao mesmo tempo, surge a desconfiança de que uma base vencedora do elenco já não seja simples de ser convencida, de comprar ideias ou, menos, de se compatibilizar com elas. Tudo isso num clube sempre complexo politicamente. O Flamengo é candidato ao título pelos recursos que tem, não pelo que mostrou no campo.

Por falar em dúvidas, poucos exemplos são tão cristalinos quanto o Botafogo de John Textor. Aliás, há uma certeza: os reforços que já chegaram, os primeiros da era da SAF, apontam para um elenco mais forte do que o time carente do Estadual. 

A questão é a corrida contra o tempo. O português Luis Castro acaba de chegar, encontrará um time sendo refeito e tentará implementar ideias opostas a tudo o que se praticava. Não seria do dia para a noite que a SAF faria do Botafogo uma potência econômica e, claro, a volta à elite não teria como ser simples. Mas a inevitável transição feita com a temporada em curso, é especialmente desafiadora.

E ainda é um estágio à frente do que vive um Vasco que jogou muito mal no que vai de 2022. A fonte de dinheiro ainda deve demorar a ser acionada, e as incursões no mercado ainda são feitas com claras limitações. 

Ao buscar no Bangu e no Ypiranga-RS opções para a falta de atacantes que jogam pelos lados, o clube foi atrás de nomes promissores, mas também expôs que ainda não pode alçar voos tão altos. Tudo isso às portas de uma Série B que se apresenta competitiva.

Talvez as dúvidas sejam companheiras permanentes de times de futebol, um jogo sem garantias. Até o Palmeiras, que atingiu nível raro de solidez no Brasil, entra para provar que é capaz de manter mobilização e eficácia de seu modelo de jogo numa campanha de 38 rodadas, algo diferente do mata-mata. 

O Atlético-MG será, com Antonio Mohamed, tão bom quanto foi com Cuca? E os talentos do Corinthians, vão conseguir competir com intensidade num calendário tão duro? O Brasileiro tem tantos favoritos quanto interrogações.


Fonte: O GLOBO

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