Alemanha prende integrantes de rede de extremistas anti-Covid que planejava atacar ministro da Saúde

Alemanha prende integrantes de rede de extremistas anti-Covid que planejava atacar ministro da Saúde

Suspeitos, que se autodenominavam 'Patriotas Unidos', também pretendiam sabotar rede elétrica

Porto Velho, RO — A Justiça alemã anunciou, nesta quinta-feira, a prisão de quatro integrantes de uma rede de extrema direita que se opõe às restrições impostas para conter a Covid-19 e que estariam planejando "ataques violentos" na Alemanha e sequestros de "personalidades", incluindo o ministro da Saúde, o social-democrata Karl Lauterbach.

— Eles são uma pequena minoria em nossa sociedade, mas são altamente perigosos — disse Lauterbach em entrevista nesta quinta-feira. — Isso mostra que os protestos contra a Covid-19 não apenas se radicalizaram, mas que são mais do que apenas contra a Covid.

As autoridades investigam o grupo, que se autodenominava Patriotas Unidos, desde outubro de 2021. A rede visava a destruição do "sistema democrático alemão", informou uma nota da polícia e do Ministério Público do estado da Renânia-Palatinado. Os suspeitos também tinham planejado atacar a rede elétrica e causar "apagões significativos em todo o território", o que teria criado, segundo planejavam, as bases para uma "guerra civil".

Durante uma operação na quarta-feira, foram apreendidas armas de fogo, munições, barras de ouro e moedas de prata, além de dinheiro no valor de 10 mil euros. Os policiais também encontraram documentos detalhando os planos do grupo e certificados falsos de vacinação contra o coronavírus. Os detidos têm entre 41 e 55 anos.

O governo do chanceler Olaf Scholz está sob pressão por não conseguir chegar a um consenso entre os partidos sobre a obrigatoriedade da vacinação. Na semana passada, o Parlamento rejeitou um projeto de lei que exigia que qualquer pessoa com 60 anos ou mais fosse vacinada contra a Covid-19, em uma derrota para o governo.

A campanha de imunização parou de avançar no país, onde cerca de 75,3% da população receberam pelo menos duas doses do imunizante, contra mais de 80% em países como França e Espanha.

Com isso, Scholz decidiu não encerrar o isolamento obrigatório para a maioria das pessoas que pegarem Covid-19. A mudança de estratégia acontece após preocupações de que o afrouxamento das restrições poderia sugerir que a pandemia havia terminado.

As operações policiais contra os setores radicais que se opõem às restrições sanitárias aumentaram no país, onde a violência de extrema direita é considerada o principal risco à ordem pública, à frente das ameaças jihadistas.



Fonte: O GLOBO

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