Botafogo comprador x Fluminense vendedor: semifinalistas do Carioca trocam de realidade financeira

Botafogo comprador x Fluminense vendedor: semifinalistas do Carioca trocam de realidade financeira

Fora de campo, pacotão de reforços alvinegro e venda de Luiz Henrique ditam os humores de lado a lado

Porto Velho, RO - Botafogo e Fluminense iniciarão o Brasileiro, daqui a menos de um mês, com objetivos distintos. 

Os tricolores querem confirmar sua presença no segundo escalão de clubes, aqueles logo atrás dos três mais ricos (Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG) e que largam cotados a uma vaga na Libertadores. 

Os alvinegros vivem o começo de um processo de reconstrução. Mas o confronto pela semifinal do Carioca começa nesta segunda, às 20h, no Nilton Santos, com a dupla em momentos opostos a esta realidade.

A falta de protagonismo do Botafogo em campo na Taça Guanabara não se reflete fora dele. 

Com o contrato que transfere 90% da Sociedade Anônima para John Textor assinado e os primeiros milhões investidos, o clube se lançou no mercado. Philipe Sampaio, Luís Oyama, Victor Sá e, principalmente, Patrick de Paula, custarão mais de R$ 50 milhões. 

Só o volante palmeirense será comprado por cerca de R$ 33 milhões.

Com exceção de Sampaio, nenhum destes estará no jogo desta segunda. Mas espera-se que a nova fase financeira gere reflexos em campo dentro de pouco tempo. 

Duas peças distintas podem representar a nova filosofia alvinegra. Aos 22 anos, Patrick é um jovem pronto para dar retorno técnico — além do lucro que pode gerar numa venda futura.

Ele deve ser peça chave no esquema de Luís Castro. O treinador preza pela participação dos volantes, chamados por ele de faróis. A metáfora indica uma função de iluminar e abrir o jogo para a equipe.

A outra peça é Sampaio. Para tirá-lo do futebol francês, o Botafogo pagou cerca de R$ 2,25 milhões ao Guingamp. 

Ao contrário de Patrick, a contratação do jogador de 27 anos não visa lucro numa venda mais à frente. Mas pode trazer o retorno técnico de um zagueiro experiente, com longa passagem pelo futebol europeu.

O próprio Luís Castro é um exemplo do novo papel do Botafogo no mercado. O clube superou a concorrência do Corinthians porque tinha mais dinheiro. 

Enquanto os paulistas recuaram diante da multa rescisória no contrato do português com o Al Duhail, do Qatar (cerca de R$ 7 milhões), os alvinegros negociaram e levaram.

Os tricolores conhecem bem o momento de seu rival. Durante os anos 2000 e começo da década passada, não se intimidavam com multas e salários. 

Foi a Era Unimed, que levou jogadores como Romário, Dodô, Conca, Thiago Neves e Fred para as Laranjeiras.

A saída do patrocinador e a asfixia causada por dívidas de todos os tipos — com pesadas penhoras e riscos de punição na Fifa — tornaram a crise financeira uma constante. 

E Xerém virou válvula de escape. O Fluminense, então, passou a ser mais conhecido por vender suas crias para pagar as contas.

Esta nova realidade tem incomodado a torcida. A discussão da vez envolve Luiz Henrique. O principal jogador do time neste início de temporada foi negociado com o Betis-ESP por 13 milhões de euros (R$ 72,3 milhões). 

A perda do atacante, que deve se transferir em julho, e o valor acertado geraram protestos e temores de que outras joias saiam em breve. Destaque no meio de campo, André é apontado como bola da vez.
Ausências no jogo

Luiz Henrique será um dos principais desfalques do Fluminense ao lado de Felipe Melo. Com dores, eles não treinaram com o grupo nos últimos dias. Arias substitui o primeiro e Martinelli deve atuar na vaga do segundo.

No Botafogo, o capitão Joel Carli será poupado. Kawan e Philipe Sampaio brigam pela vaga. Outra novidade é o retorno de Chay, fora dos últimos dois jogos por causa de uma sinusite.


Fonte: O GLOBO

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