Bolsonaro fala em risco de falta de alimentos e diz que isso matará mais que guerras

Bolsonaro fala em risco de falta de alimentos e diz que isso matará mais que guerras

Presidente aproveitou para defender a aprovação do PL que autoriza a mineração em terras indígenas

Porto Velho, RO — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que “pede a Deus” para que não comece uma “guerra que trata dos alimentos”. Para Bolsonaro, caso aconteça, ela “matará mais gente do que a Primeira e a Segunda guerras mundiais juntas”.

Bolsonaro fazia uma menção indireta às possíveis consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, já alertou para a possibilidade de aumento nos preços dos alimentos e no fornecimento de fertilizantes.

— Nós ficamos sem gasolina, sem zap, sem Corinthians, sem Palmeiras, sem um montão de coisas, mas não ficamos sem comida. Se essa guerra se aprofunda, se medidas drásticas começam a ser adotadas de um lado ou de outro, faltará coisas básicas para nós — afirmou o presidente.

A crise no abastecimento de fertilizantes começou no ano passado, quando vários países adotaram sanções contra a Bielorrússia — cujo governo é acusado de violar os direitos humanos.

Com os ataques militares à Ucrânia, vários países decidiram sancionar a Rússia comercialmente, o que pode afetar o fornecimento de fertilizantes para o Brasil.

O presidente aproveitou a oportunidade para defender a aprovação do projeto de lei que autoriza a mineração em terras indígenas. O chefe do Executivo afirmou que “o índio vai sofrer também se faltar fertilizantes”.

— Aqui, no primeiro momento, cai a produtividade, num segundo falta alimento. Todo mundo aqui está ameaçado nessa guerra. Ninguém vai se safar.

O governo lançou uma ofensiva para acelerar a aprovação do PL, que também libera a construção de hidrelétricas e a plantação de transgênicos em reservas indígenas.

Para acelerar a tramitação do texto, que estava engavetado na Câmara desde fevereiro de 2020, Bolsonaro passou a dizer que a proposta era uma forma de evitar o desabastecimento de fertilizantes.

 Hoje, o Brasil é dependente da Rússia e do Canadá na importação desses insumos agrícolas.


Fonte: O GLOBO

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