Análise: Flamengo cai em armadilha do Fluminense e se desorganiza com opções de Paulo Sousa

Análise: Flamengo cai em armadilha do Fluminense e se desorganiza com opções de Paulo Sousa

Técnico português vê novas mexidas confundirem ainda mais a equipe, que caiu na pilha do adversário até exibir fragilidade na defesa

Porto Velho, RO - Os últimos minutos de uma final marcada por muitas faltas e cartões reservaram emoção nos pés de Germán Cano. O centroavante do Fluminense teve a eficiência e a frieza que faltaram a todos os atacantes do Flamengo e fez os dois gols da vitória tricolor por 2 a 0 nesta quarta-feira, no Maracanã, deixando o time em vantagem na decisão do Campeonato Carioca. 

No sábado, o Flu pode até perder por um gol de diferença para ser campeão.

O pobre futebol jogado na primeira partida da decisão foi um retrato fiel de dois trabalhos que ainda não vingaram. Sobraram cartões amarelos, faltas e uma arbitragem que contribuiu para a péssima qualidade do espetáculo, inclusive anulando um gol de Willian no primeiro tempo. 

A estratégia de Abel Braga, no entanto, foi a que trouxe o resultado. Com uma formação mais defensiva, ficou uma hora retendo o Flamengo, e só liberou o ataque do Fluminense para acelerar no fim.

Do lado rubro-negro, uma equipe ainda confusa nas ideias na pior atuação sob o comando de Paulo Sousa, que mais uma vez fez opções pouco coerentes e modificou jogadores de posição. A equipe se mostrou desorganizada desde o início para criar, e no fim, em busca do resultado a qualquer custo, virou um bando, com vários atacantes, jogadores improvisados e em funções que nunca exerceram.

No primeiro gol, Cano recebeu na área após falha bizarra de Léo Pereira, e tocou na saída de Hugo. Em contra-ataque mortal logo depois, o argentino só arrematou passe de Calegari para ampliar. Léo Pereira havia entrado para jogar do lado direito, onde nunca atuou no Flamengo. Lázaro também caiu pelo setor no lguar de Matheuzinho, mas vinha sendo ala pelo lado oposto.

O jogo só foi franco nos seus minutos finais, quando o Flamengo se desorganizou de vez. Mas de início, também não conseguiu assumir o controle das ações, dando claro sinais de dificuldades de assimilar as ideias de seu treinador. O Fluminense se aproveitou e armou uma armadilha que deu certo de novo. Jogou no erro do adversário e o desestabilizou o tempo inteiro.
 
Chuva de cartões

O primeiro tempo já foi muito brigado e pouco jogado. O número de cartões, cinco para o Flamengo e um para o Fluminense, foi maior do que o de finalizações — cinco rubro-negras e nenhuma tricolor. Na etapa final, o Fluminense igualou os cinco cartões amarelos. 

E terminou com cinco finalizações contra 14 do rival. A estratégia de jogar compacto e não acelerar tanto o jogo fez do Flamengo uma presa fácil. A equipe do técnico Paulo Sousa caiu na pilha dos atletas de Abel Braga. Logo cedo a partida descambou para muitas faltas, discussões e advertências.

Com Ganso como surpresa, e Willian ao lado de Cano, o Fluminense fez um jogo mais direto, e se arriscou pouco. No Flamengo, Paulo Sousa trouxe como novidades Marinho e Vitinho para atuarem ao lado de Gabigol e Everton Ribeiro. Não deu certo. Marinho jogou aberto na esquerda, correu muito, mas não conseguiu combinações. 

Vitinho também entrou perdido. Com pouca aproximação de laterais e volantes, os atacantes não tiveram espaço nem oportunidades. Os momentos de maior perigo no primeiro tempo foram com bolas aéreas em que os zagueiros do Flamengo apareceram bem. Primeiro com Fabrício Bruno, depois com David Luiz.

Arrascaeta entrou no segundo tempo e o Flamengo ensaiou minutos de pressão e superioridade. Mas logo se desorganizou em sua defesa. Com novas trocas no setor, os espaços se abriram. E o Fluminense soube aproveitá-los com as entradas de Arias e Martinelli. 

Já o Flamengo, que teve chances mais claras na etapa final, não finalizou bem. Pedro e Gabigol viveram noite de péssima pontaria. E sucumbiram à defesa fechada e à boa marcação.

Com a pressão dos dois lados por evolução, Paulo Sousa viverá os próximos dias com a necessidade de organizar os cacos e tentar apresentar a melhor versão possível do Flamengo. Já Abel Braga ganha moral após a eliminação na Libertadores, que deixou o Fluminense em um viés de queda de desempenho e interrompeu ótima fase.


Fonte: O GLOBO

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