Duplicidade no CPF gerou confusão entre bancos, INSS e órgãos públicos; Receita Federal corrigiu erro em 2025

Porto Velho, RO - Dois homens que compartilham o mesmo nome completo, data de nascimento e número de CPF viveram uma verdadeira saga de mais de duas décadas por causa de um erro documental. A duplicidade no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) causou confusões que afetaram ambos em suas vidas financeiras e previdenciárias.
Gilmar José da Silva, de Maringá (PR), e seu “xará” nascido em Arroio do Tigre (RS), ambos nascidos em 11 de setembro de 1963, tiveram seus documentos confundidos desde 2005. Desde então, enfrentaram problemas como descontos indevidos em contas bancárias, pagamentos errados de aposentadoria e até negativação indevida de crédito.
“Perdi meses de aposentadoria, tive dinheiro retirado da conta e até fiquei sem CPF por alguns dias”, relatou Gilmar de Maringá. Além das dificuldades financeiras, familiares também sofreram bloqueios em contas devido às movimentações associadas ao CPF duplicado.
A dupla buscou soluções junto à Receita Federal, ao INSS e à Justiça, mas as medidas sempre foram parciais. O problema chegou a ser investigado como possível estelionato, diante da suspeita de fraude.
A confirmação definitiva da duplicidade só ocorreu em agosto de 2025, quando Gilmar de Maringá identificou transferências suspeitas em seu extrato bancário. Contatou então a sobrinha do outro Gilmar, que confirmou a confusão documental.
Acredita-se que a falha tenha ocorrido durante a emissão do CPF, pela ausência de conferência adequada dos nomes das mães, permitindo que dois documentos idênticos fossem gerados.
Após a identificação oficial, a Receita Federal emitiu um novo CPF para o Gilmar do Rio Grande do Sul. A família dele já está providenciando a atualização dos documentos, e o INSS foi comunicado para corrigir os benefícios previdenciários.
Para os dois aposentados, a expectativa é de que o problema finalmente seja encerrado, após décadas de transtornos causados por uma coincidência rara e um erro administrativo.
Fonte: Folha de São Paulo
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