Ucrânia sofre ataque com 41 mortos e critica não prisão de Putin na Mongólia: 'Golpe pesado' para a lei internacional

Ucrânia sofre ataque com 41 mortos e critica não prisão de Putin na Mongólia: 'Golpe pesado' para a lei internacional

Dois mísseis balísticos atingiram uma academia militar na cidade e um hospital vizinho; pessoas ficaram presas sob os escombros

Equipes de resgate trabalham para extinguir incêndio após ataque de mísseis russos atingir local não revelado na região de Odesa, na Ucrânia, em 26 de agosto de 2024 — Foto: Ukrainian Emergency Service/AFP

Porto Velho, Rondônia - Um ataque de míssil russo na cidade de Poltava, no leste da Ucrânia, matou pelo menos 41 pessoas e feriu outras 180 nesta terça-feira, afirmou o presidente Volodymyr Zelensky. Dois mísseis balísticos atingiram uma instalação de treinamento militar na cidade, localizada a cerca de 350 quilômetros de Kiev e Kharkiv, além de um hospital nas proximidades, prendendo pessoas sob os escombros.

— Um dos edifícios do Instituto de Comunicações Militares de Poltava foi parcialmente destruído — disse o mandatário ucraniano num pronunciamento em vídeo. — Minhas condolências a todas as famílias e amigos. Todos os serviços necessários estão envolvidos na operação de resgate. Sou grato a cada pessoa que tem ajudado aqueles que estão salvando vidas desde os primeiros minutos após o impacto.

O ataque parece ser um dos mais mortais realizados pelas forças russas desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, publicou a Associated Press. O ministério da Defesa ucraniano informou que o intervalo de tempo entre o som das sirenes de alerta e o impacto foi tão curto que muitas pessoas foram mortas a caminho dos abrigos. Moradores da região se organizaram para doar sangue e ajudar os feridos. Ao menos 25 pessoas foram resgatadas, das quais 11 foram retiradas dos escombros.

Vladimir Rogov, oficial nomeado pelo Kremlin no sul da Ucrânia, escreveu no Telegram que o ataque tinha como alvo a cerimônia de formação militar do Instituto de Comunicações, escola que oferece treinamento de radar e guerra eletrônica. Os mísseis, disse, foram enviados quando centenas de cadetes se reuniram ao ar livre para o evento. A alegação de Rogov, que poderia explicar o alto número de mortos, não pôde ser verificada de maneira independente.

Ainda assim, ataques contra tropas que se concentraram para observar o protocolo militar ou receber prêmios já ocorreram no passado. Em novembro de 2023, um míssil russo atingiu uma cerimônia de medalhas para tropas de artilharia na região de Zaporíjia, matando 19 soldados que se destacaram como artilheiros habilidosos. O incidente gerou críticas à liderança militar e civil, e Zelensky disse que abriria uma investigação para evitar que situações do tipo voltassem a acontecer.

Agora, o presidente ucraniano mais uma vez disse ter determinado uma “investigação completa e rápida” sobre as circunstâncias do ataque desta terça-feira, e o governador de Poltava, Filip Pronin, anunciou três dias de luto a partir desta quarta. No Telegram, ele escreveu que as mortes representam “uma grande tragédia para a região de Poltava e para toda a Ucrânia”, acrescentando que “o inimigo certamente deve responder por todos os seus crimes contra a humanidade”.

A ofensiva ocorreu enquanto o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está visitando a Mongólia —e sem sinal de que o país anfitrião cederá às pressões para prendê-lo com base num mandado internacional por supostos crimes de guerra decorrentes da invasão da Ucrânia. Ainda nesta segunda-feira, o ministério das Relações Exteriores ucraniano disse que a falha da Mongólia em prender Putin representou um "duro golpe" para o sistema de direito penal internacional.

Em atualização.


Fonte: O GLOBO

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