Comissário diz que possibilidade novas franquias entrará na pauta das reuniões desta temporada. Las Vegas e Seattle são as principais candidatas a sedes
Porto Velho, Rondônia - Há duas décadas, a NBA é disputada por 30 franquias divididas entre conferências Leste e Oeste — uma configuração que, entre intenções e informações que borbulham nos bastidores há cerca de dois anos, estaria com os dias contados. Há algum tempo, a liga avalia uma expansão para acomodar até duas novas marcas, com Las Vegas e Seattle entre as principais candidatas a sediar os novos times.
A conversa existe e já movimenta possíveis investidores e até nomes ainda em atividade nas quadras, como LeBron James e Stephen Curry. Mas vinha esbarrando em assuntos mais urgentes para a liga, como a venda dos direitos de transmissão (fechada em julho, mas com desdobramento nos tribunais) e o acordo coletivo com a associação de jogadores. Agora, as discussões ficaram mais próximas.
Na semana passada, executivos da NBA se reuniram visando à próxima temporada, que começa no dia 22 de outubro. A expansão, que naturalmente não poderia acontecer agora, entrará de vez em pauta, segundo o comissário Adam Silver.
— É algo que avisamos à diretoria que colocaremos em pauta nesta temporada, mas ainda não estamos prontos. Certamente há interesse no processo, mas ainda não estamos no ponto de tomar decisões específicas sobre mercados ou sobre a expansão — despistou.
O comissário da NBA, Adam Silver — Foto: Spencer Platt/Getty Images/AFP
Mercado quente
Desde 2017, a região metropolitana de Las Vegas ganhou franquias da NHL (hóquei no gelo), da WNBA (basquete feminino) e da NFL (futebol americano). O Oakland Athletics, da MLB (beisebol), também pretende se mudar para lá em 2028. Uma franquia da NBA faria da Cidade do Pecado, conhecida pelos cassinos e hotéis luxuosos, a 14ª a ter times das quatro principais ligas americanas.
— Las Vegas se transformou em um verdadeiro polo de crescimento esportivo nos últimos anos devido a uma combinação de fatores. O aumento populacional de mais de 66% entre 2000 e 2021 fortaleceu o mercado local, criando uma base sólida de fãs para novas franquias. Além disso, a cidade continua sendo um destino global de turismo e eventos, recebendo quase 39 milhões de visitantes em 2022. Outro ponto importante foi a legalização das apostas esportivas em 2018, que impulsionou ainda mais o interesse e os investimentos no esporte — analisa o professor de marketing esportivo da ESPM Ivan Martinho.
A cidade de Las Vegas — Foto: Pixabay
Além de Vegas, há Seattle, conhecida pela cultura esportiva e antiga casa do Seattle Supersonics, que se tornou o Oklahoma City Thunder. É um desejo antigo de empresários locais levar a NBA de volta à cidade.
Segundo o site Sportico, especializado em valor de mercado, uma franquia poderia custar pelo menos 4 bilhões de dólares (cerca de R$ 22,5 bi). Um montante que exigiria, mesmo de um bilionário como LeBron, investimentos de parceiros.
— Eu amaria trazer um time para cá em algum momento, seria incrível. É a melhor torcida do mundo — afirmou James ao disputar uma partida de pré-temporada na cidade, há dois anos.
Em dezembro, Silver brincou sobre o assunto ao entregar o prêmio de MVP (melhor jogador) a LeBron, que comandou o Los Angeles Lakers na conquista da primeira edição da Copa da NBA, cujas semifinais e finais aconteceram em Las Vegas.
— Me desculpe, (o prêmio) não vem com uma franquia — divertiu-se Silver.
Mas há uma barreira nessa intenção. As regras da NBA não permitem que atletas invistam em franquias enquanto estão em atividade. Ou seja, a empreitada exigiria a aposentadoria de LeBron (já cogitada pelo craque de 39 anos). Hoje, é liberado aos jogadores ter apenas uma participação limitada (4%) em franquias da WNBA que não compartilhem donos com a NBA.
Os times femininos também são alvo de Curry. Em evento de negócios do esporte da Bloomberg na semana passada, em Nova York, o craque do Golden State Warriors sinalizou positivamente quanto a um possível interesse em uma franquia de NBA ou WNBA:
— Ficarei de olho em como o processo vai funcionar. Estou definitivamente curioso pelos dois lados.
O que acontece durante uma expansão da NBA
A última vez em que a NBA expandiu seu leque de equipes foi quando o Charlotte Bobcats (hoje, Charlotte Hornets) adentrou a liga, em 2004. Naquele ano, a liga realizou o processo padrão: um Draft de expansão. O rito, que aconteceu antes do Draft tradicional, deu à equipe o direito de escolher de 14 a 29 jogadores, um de cada equipe da liga, para passar a integrar seu elenco.
Naquela ocasião, as equipes puderam "proteger" até oito jogadores de seu elenco, vetando as escolhas daqueles nomes pelos Bobcats. No processo, também foi permitido que as equipes trocassem incentivos (de dinheiro a escolhas no Draft tradicional) com a nova franquia para que ela escolhesse determinados atletas para integrar. Após os dois Drafts, nomes como Gerald Wallace, Primoz Brezec, Jason Kapono e Jamal Sampson compuseram essa primeira versão dos Bobcats.
Fonte: O GLOBO
LeBron e Curry: astros já mostraram interesse em expansão da NBA — Foto: Harry How/Getty Images/AFP
Porto Velho, Rondônia - Há duas décadas, a NBA é disputada por 30 franquias divididas entre conferências Leste e Oeste — uma configuração que, entre intenções e informações que borbulham nos bastidores há cerca de dois anos, estaria com os dias contados. Há algum tempo, a liga avalia uma expansão para acomodar até duas novas marcas, com Las Vegas e Seattle entre as principais candidatas a sediar os novos times.
A conversa existe e já movimenta possíveis investidores e até nomes ainda em atividade nas quadras, como LeBron James e Stephen Curry. Mas vinha esbarrando em assuntos mais urgentes para a liga, como a venda dos direitos de transmissão (fechada em julho, mas com desdobramento nos tribunais) e o acordo coletivo com a associação de jogadores. Agora, as discussões ficaram mais próximas.
Na semana passada, executivos da NBA se reuniram visando à próxima temporada, que começa no dia 22 de outubro. A expansão, que naturalmente não poderia acontecer agora, entrará de vez em pauta, segundo o comissário Adam Silver.
— É algo que avisamos à diretoria que colocaremos em pauta nesta temporada, mas ainda não estamos prontos. Certamente há interesse no processo, mas ainda não estamos no ponto de tomar decisões específicas sobre mercados ou sobre a expansão — despistou.
O comissário da NBA, Adam Silver — Foto: Spencer Platt/Getty Images/AFP
Mercado quente
Desde 2017, a região metropolitana de Las Vegas ganhou franquias da NHL (hóquei no gelo), da WNBA (basquete feminino) e da NFL (futebol americano). O Oakland Athletics, da MLB (beisebol), também pretende se mudar para lá em 2028. Uma franquia da NBA faria da Cidade do Pecado, conhecida pelos cassinos e hotéis luxuosos, a 14ª a ter times das quatro principais ligas americanas.
— Las Vegas se transformou em um verdadeiro polo de crescimento esportivo nos últimos anos devido a uma combinação de fatores. O aumento populacional de mais de 66% entre 2000 e 2021 fortaleceu o mercado local, criando uma base sólida de fãs para novas franquias. Além disso, a cidade continua sendo um destino global de turismo e eventos, recebendo quase 39 milhões de visitantes em 2022. Outro ponto importante foi a legalização das apostas esportivas em 2018, que impulsionou ainda mais o interesse e os investimentos no esporte — analisa o professor de marketing esportivo da ESPM Ivan Martinho.
A cidade de Las Vegas — Foto: Pixabay
Além de Vegas, há Seattle, conhecida pela cultura esportiva e antiga casa do Seattle Supersonics, que se tornou o Oklahoma City Thunder. É um desejo antigo de empresários locais levar a NBA de volta à cidade.
Segundo o site Sportico, especializado em valor de mercado, uma franquia poderia custar pelo menos 4 bilhões de dólares (cerca de R$ 22,5 bi). Um montante que exigiria, mesmo de um bilionário como LeBron, investimentos de parceiros.
— Eu amaria trazer um time para cá em algum momento, seria incrível. É a melhor torcida do mundo — afirmou James ao disputar uma partida de pré-temporada na cidade, há dois anos.
Em dezembro, Silver brincou sobre o assunto ao entregar o prêmio de MVP (melhor jogador) a LeBron, que comandou o Los Angeles Lakers na conquista da primeira edição da Copa da NBA, cujas semifinais e finais aconteceram em Las Vegas.
— Me desculpe, (o prêmio) não vem com uma franquia — divertiu-se Silver.
Mas há uma barreira nessa intenção. As regras da NBA não permitem que atletas invistam em franquias enquanto estão em atividade. Ou seja, a empreitada exigiria a aposentadoria de LeBron (já cogitada pelo craque de 39 anos). Hoje, é liberado aos jogadores ter apenas uma participação limitada (4%) em franquias da WNBA que não compartilhem donos com a NBA.
Os times femininos também são alvo de Curry. Em evento de negócios do esporte da Bloomberg na semana passada, em Nova York, o craque do Golden State Warriors sinalizou positivamente quanto a um possível interesse em uma franquia de NBA ou WNBA:
— Ficarei de olho em como o processo vai funcionar. Estou definitivamente curioso pelos dois lados.
O que acontece durante uma expansão da NBA
A última vez em que a NBA expandiu seu leque de equipes foi quando o Charlotte Bobcats (hoje, Charlotte Hornets) adentrou a liga, em 2004. Naquele ano, a liga realizou o processo padrão: um Draft de expansão. O rito, que aconteceu antes do Draft tradicional, deu à equipe o direito de escolher de 14 a 29 jogadores, um de cada equipe da liga, para passar a integrar seu elenco.
Naquela ocasião, as equipes puderam "proteger" até oito jogadores de seu elenco, vetando as escolhas daqueles nomes pelos Bobcats. No processo, também foi permitido que as equipes trocassem incentivos (de dinheiro a escolhas no Draft tradicional) com a nova franquia para que ela escolhesse determinados atletas para integrar. Após os dois Drafts, nomes como Gerald Wallace, Primoz Brezec, Jason Kapono e Jamal Sampson compuseram essa primeira versão dos Bobcats.
Fonte: O GLOBO
Tags:
ESPORTE