Depois da goleada no primeiro turno, o Vasco encara o Flamengo neste fim de semana, pelo Brasileiro, de outra maneira, mais confiante. Cenário impensável àquela altura
Porto Velho, Rondônia - É um exagero – e certamente uma inverdade – dizer que o Vasco é favorito contra o Flamengo no clássico deste domingo pelo Campeonato Brasileiro. Mesmo abatido por uma epidemia de lesões, tendo jogado pela Copa do Brasil ontem e com uma partida decisiva pela Copa Libertadores no meio da semana que vem, o Flamengo, ainda assim, tem mais recursos para vencer no Maracanã. Mas não deixa de ser notável como tanta coisa mudou em tão pouco tempo. Faz pouco mais de três meses que o Vasco sofreu a pior derrota para o rival em mais de 100 anos de história do confronto.
O 6 a 1 do primeiro turno foi muito facilitado pela imprudência tática do estreante técnico Alvaro Pacheco, que claramente não sabia onde estava pisando, mas não só. A goleada também será lembrada como símbolo de uma era, de um recorte na história – que já dura alguns anos – em que a diferença de dinheiro e consequentemente de concentração de talentos abriu um abismo entre Flamengo e Vasco. Diferença criada pelas gestões dos dois clubes, que fique claro.
De 2019 para cá foram 20 jogos, com 14 vitórias do Flamengo (41 gols marcados), quatro empates e duas vitórias do Vasco (18 gols marcados), nenhuma delas transcendental: uma no Campeonato Carioca de 2021 e outra no Campeonato Carioca do ano passado. Antes de um desses clássicos, em março de 2022, o fanfarrão Josh Wander – executivo da 777, empresa que havia comprado o futebol do Vasco – chegou a dizer que aquele seria o último confronto com o Vasco "em desvantagem no orçamento". A bravata foi premiada com uma vitória do Flamengo.
Neste domingo o Vasco mais uma vez chega ao clássico em grande desvantagem no orçamento em relação ao Flamengo, basta comparar como cada um se comportou na mais recente janela de transferências – e vai ser assim pelos próximos muitos clássicos. Mas, 105 dias depois daquela goleada no primeiro turno, o Vasco encara o Flamengo de outra maneira, mais altivo, confiante, cenário impensável àquela altura, quando um era líder do Campeonato Brasileiro e o outro tinha a pior defesa.
Pelo menos por enquanto, provou-se vitoriosa a estratégia da gestão do clube social de retomar o controle da SAF pela via judicial. Em todos os outros países onde operava, a 777 derreteu. Enquanto essa disputa ainda está por ser resolvida – a arbitragem está suspensa – as decisões tomadas por Pedrinho se mostram muito mais acertadas.
Não há mais dúvidas de que Rafael Paiva é o nome ideal para dirigir o time, que hoje atua de forma segura e organizada. Não é uma coincidência que o Vasco esteja nas semifinais da Copa do Brasil, que ocupe a parte de cima da tabela de classificação da Série A, mais perto da área de classificação à Libertadores do que da zona de rebaixamento.
O Flamengo também contribui para a sensação de que finalmente haverá algum equilíbrio no Clássico dos Milhões. As lesões de jogadores importantes e as decisões equivocadas da comissão técnica sobre quando e quem poupar num calendário insano transformaram um time que deveria ser avassalador numa incógnita. Por méritos e defeitos próprios, Vasco e Flamengo voltam a fazer um clássico imprevisível.
Fonte: O GLOBO
Gabigol pode ganhar espaço com ausência de Pedro. Vegetti é referência no Vasco — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo; Leandro Amorim/Vasco
Porto Velho, Rondônia - É um exagero – e certamente uma inverdade – dizer que o Vasco é favorito contra o Flamengo no clássico deste domingo pelo Campeonato Brasileiro. Mesmo abatido por uma epidemia de lesões, tendo jogado pela Copa do Brasil ontem e com uma partida decisiva pela Copa Libertadores no meio da semana que vem, o Flamengo, ainda assim, tem mais recursos para vencer no Maracanã. Mas não deixa de ser notável como tanta coisa mudou em tão pouco tempo. Faz pouco mais de três meses que o Vasco sofreu a pior derrota para o rival em mais de 100 anos de história do confronto.
O 6 a 1 do primeiro turno foi muito facilitado pela imprudência tática do estreante técnico Alvaro Pacheco, que claramente não sabia onde estava pisando, mas não só. A goleada também será lembrada como símbolo de uma era, de um recorte na história – que já dura alguns anos – em que a diferença de dinheiro e consequentemente de concentração de talentos abriu um abismo entre Flamengo e Vasco. Diferença criada pelas gestões dos dois clubes, que fique claro.
De 2019 para cá foram 20 jogos, com 14 vitórias do Flamengo (41 gols marcados), quatro empates e duas vitórias do Vasco (18 gols marcados), nenhuma delas transcendental: uma no Campeonato Carioca de 2021 e outra no Campeonato Carioca do ano passado. Antes de um desses clássicos, em março de 2022, o fanfarrão Josh Wander – executivo da 777, empresa que havia comprado o futebol do Vasco – chegou a dizer que aquele seria o último confronto com o Vasco "em desvantagem no orçamento". A bravata foi premiada com uma vitória do Flamengo.
Neste domingo o Vasco mais uma vez chega ao clássico em grande desvantagem no orçamento em relação ao Flamengo, basta comparar como cada um se comportou na mais recente janela de transferências – e vai ser assim pelos próximos muitos clássicos. Mas, 105 dias depois daquela goleada no primeiro turno, o Vasco encara o Flamengo de outra maneira, mais altivo, confiante, cenário impensável àquela altura, quando um era líder do Campeonato Brasileiro e o outro tinha a pior defesa.
Pelo menos por enquanto, provou-se vitoriosa a estratégia da gestão do clube social de retomar o controle da SAF pela via judicial. Em todos os outros países onde operava, a 777 derreteu. Enquanto essa disputa ainda está por ser resolvida – a arbitragem está suspensa – as decisões tomadas por Pedrinho se mostram muito mais acertadas.
Não há mais dúvidas de que Rafael Paiva é o nome ideal para dirigir o time, que hoje atua de forma segura e organizada. Não é uma coincidência que o Vasco esteja nas semifinais da Copa do Brasil, que ocupe a parte de cima da tabela de classificação da Série A, mais perto da área de classificação à Libertadores do que da zona de rebaixamento.
O Flamengo também contribui para a sensação de que finalmente haverá algum equilíbrio no Clássico dos Milhões. As lesões de jogadores importantes e as decisões equivocadas da comissão técnica sobre quando e quem poupar num calendário insano transformaram um time que deveria ser avassalador numa incógnita. Por méritos e defeitos próprios, Vasco e Flamengo voltam a fazer um clássico imprevisível.
Fonte: O GLOBO
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