Candidata à prefeitura de Belo Horizonte relatou que preconceito na associação foi maior que durante as campanhas eleitorais
Duda Salabert chora em agenda no Minas Clube, em Belo Horizonte — Foto: Reprodução
— Com dinheiro que ganhei da demissão (do colégio Bernoulli, onde foi professora de literatura), comprei uma cota do Minas Clube, mas o que eu passei aqui, em nível de transfobia nunca passei na minha vida. E foi o clube que eu escolhi para minha filha estudar e se formar como atleta — disse a candidata. Este episódio ocorreu em 2020. Diante do preconceito, ela vendeu a cota.
Em seguida, ela elencou o que passou nos últimos pleitos.
— Me associaram ao que havia de pior, fizeram um site falando de formas que iriam me matar. Eu tive que andar com colete a prova de bala, com carro blindado. A violência que eu sofri no período eleitoral, não se equipara a violência que eu sofri aqui — afirmou.
Ela se emocionou, e agradeceu a presença de todos. O clima foi de tensão no local. Procurado, o Minas Tênis Clube disse que não irá se posicionar.
Duda foi a última dos candidatos à prefeitura de Belo Horizonte a irem ao clube. O prefeito Fuad Noman (PSD), o deputado Bruno Engler (PL) e o senador Carlos Viana (Podemos) fizeram atos lá.
No discurso, a pedetista relembrou que foi atleta de basquete por anos. No passado, chegou a integrar a seleção de Minas Gerais.
Antes de fazer a denúncia, Duda tratou sobre a violência contra travestis no país. Ela é a primeira mulher transexual a concorrer ao Executivo municipal de uma capital. No último DataFolha, ela aparece com 9% das intenções de voto.
Fonte: O GLOBO
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