Brasil cai duas posições, para 62º entre 67 países em ranking global de competitividade

Brasil cai duas posições, para 62º entre 67 países em ranking global de competitividade

Pior desempenho do país é no quesito 'eficiência governamental'. Número 1 do mundo é Cingapura

Porto Velho, Rondônia - Pelo quinto ano consecutivo, o Brasil aparece entre as dez piores posições no ranking que mede o nível de competitividade das nações, feito pelo Institute for Management Development (IMD), com sede na Suíça. Na edição deste ano, divulgada hoje, o país aparece em 62º lugar entre 67 países, queda de duas posições em relação ao ano passado.

O levantamento, que está na 36ª edição, leva em consideração 336 indicadores econômicos dos países analisados, agrupados em quatro grupos. Neste ano, três países foram incluídos na avaliação: Nigéria, Gana e Porto Rico.

O topo do ranking é dominado por países asiáticos e europeus, com a liderança de Cingapura, seguida por Suíça, Dinamarca, Irlanda, Hong Kong e Suécia. Nas piores posições, há um predomínio de países latino-americanos e africanos, com a lanterna ocupada pela Venezuela (67º), Argentina (66º) e Gana (65º).

Entre os quatro principais fatores do levantamento, que traz uma análise comparativa das economias, o Brasil aparece com a pior posição no indicador de “eficiência governamental” (65º), puxado pelos resultados ruins em custo de capital e igualdade de oportunidades. Em “eficiência empresarial” (61º lugar), a dívida corporativa e a produtividade e qualidade da mão de obra pesam no resultado.

Brasil cai duas posições — Foto: Criação O Globo

Gargalos na tecnologia


O indicador de “performance econômica” (38º) é o que o país tem o melhor desempenho, alavancado pelo crescimento na oferta de empregos e no PIB real per capita. Em “infraestrutura”, o Brasil aparece na 58ª posição, com gargalos em conhecimento e tecnologia.

O subfator em que o Brasil aparece mais bem posicionado nos indicadores avaliados é o de subsídios governamentais, em quarto lugar. O estudo aponta para a criação do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como fator que puxou esse indicador, com previsão de investir R$ 1,4 trilhão até 2026.

Em outros quatro indicadores, o país aparece bem posicionado, em quinto lugar: crescimento de longo prazo de emprego; crescimento do PIB real per capita; fluxo de investimento direto estrangeiro; e energias renováveis.

Melhora circunstancial

A Fundação Dom Cabral (FDC), parceira do IMD no ranking, avalia que a performance brasileira mostra fragilidades. Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da FDC e líder da pesquisa no Brasil, chama atenção para a melhora do país em subindicadores como PIB per capita e fluxo de investidores estrangeiros, que não foram “estruturais, mas circunstanciais”:

— Deveríamos escolher políticas educacionais para setores de interesse.

Em três aspectos avaliados, o Brasil aparece como o pior entre as nações avaliadas: dívida corporativa; educação em gestão; e habilidades linguísticas (capacidade de escutar, falar, ler e escrever). Tadeu avalia que “falta para a educação um claro plano estratégico, casado com os interesses de crescimento do país”.

No topo do ranking de competitividade, Suíça e Cingapura se destacam pela liderança também em todos os níveis de educação. A FDC sugere que o Brasil deveria ampliar programas de formação profissional e técnica, para preparar alunos para o mercado de trabalho.


Fonte: O GLOBO

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