Há perspectiva de impacto da calamidade no Rio Grande do Sul no preço dos alimentos e na inflação
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira que o teor da medida provisória para viabilizar a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz depende do preço do produto no exterior.
Com a perspectiva de impacto da calamidade no Rio Grande do Sul no preço dos alimentos e na inflação, o governo anunciou ontem que a compra do produto no mercado externo seria feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O estado do RS responde por 70% da produção nacional.
– Ele (Lula) liga pra mim, para perguntar coisas do tipo: preço disso ou preço daquilo. Ontem ele estava falando do preço do arroz, da determinação que ele deu para o caso de importar arroz. Agora, se importar arroz, o preço de fora precisa estar mais baixo que o preço de dentro, se não você vai importar e o preço vai subir – disse Haddad, nesta manhã.
O consumo doméstico anual é de cerca de 10 milhões de toneladas. Haddad também informou que o próximo Plano Safra vai prever diversificação de culturas, a partir dos efeitos previstos com a situação criticas no Rio Grande do Sul.
– Nós vamos criar um mecanismo para fazer com que os estados diversifiquem um pouco a sua produção. Ou seja, não fique uma cultura concentrada em um estado só – declarou.
O ministro da Fazenda afirmou que o governo está trabalhando em diversas frentes em relação à crise no Rio Grande do Sul. Nesta semana, dois projetos para socorrer financeiramente o estado foram encaminhadas à Casa Civil e serão submetidas a Lula nesta quarta-feira.
Um desses projetos é sobre o pagamento das dívidas do RS com a União e outro que vai abrir uma linha de crédito facilitado, como direcionamento às famílias de baixa renda.
– A questão de uma linha de crédito subsidiada, com muita responsabilidade, é para permitir que as pessoas reconstruam suas vidas; do ponto de vista material muitas pessoas perderam tudo – disse.
Ontem, o Banco Central suspendeu a cobrança de devedores do Rio Grande do Sul por 90 dias. A autoridade monetária se juntou a outros órgãos federais em adoção de medidas extraordinárias para os gaúchos. A Receita Federal também prorrogou em três meses o prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda 2024, além de adiar pagamentos de tributos por MEIs e empresas do Simples Nacional no Estado.
Fonte: O GLOBO
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