EUA acusam Rússia de usar armas químicas na Ucrânia; Kremlin nega

EUA acusam Rússia de usar armas químicas na Ucrânia; Kremlin nega

Washington afirma que Moscou usou arma química cloropicrina e agentes químicos antidistúrbios, como gás lacrimogêneo, como método de guerra

Porto Velho, Rondônia - Os Estados Unidos acusaram a Rússia de utilizar armas químicas contra a Ucrânia, no que seria uma grave violação da legislação internacional, ao anunciar um novo pacote de sanções contra empresas e indivíduos russos e da China, acusados de ajudar a financiar a invasão contra o país do Leste Europeu. O Kremlin negou a alegação americana, classificando-as como infundadas. Pequim prometeu uma resposta a altura.

Washington detalhou, na quarta-feira, que Moscou teria utilizado a arma química cloropicrina contra as forças ucranianas e agentes químicos anti-distúrbios, como gás lacrimogêneo, como método de guerra, violando a Convenção sobre Armas Químicas.

"O uso destas substâncias químicas não foi um incidente isolado e provavelmente é motivado pelo desejo das forças russas de remover as forças ucranianas de posições fortificadas e obter ganhos táticos no campo de batalha", informou o Departamento de Estado dos EUA. "O desprezo contínuo por parte da Rússia de suas obrigações sob a convenção é consistente com o envenenamento de Alexei Navalny e de Sergei e Yulia Skripal com agentes nervosos Novichok".

O Kremlin rejeitou as alegações dos EUA, nesta quinta-feira, afirmando que continua comprometida com suas obrigações ante o direito internacional. Oficialmente, o país declara que já não possui um arsenal químico militar — embora o país enfrente pressões para oferecer uma maior transparência sobre o uso deste tipo de armamento.

— Vimos as notícias sobre isso. Como sempre, tais acusações parecem completamente infundadas e sem consistência — disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres quando questionado sobre as acusações.

A cloropicrina é uma substância oleosa conhecida como agente de asfixia, amplamente utilizada durante a Primeira Guerra Mundial como forma de gás lacrimogêneo. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA o rotulam como um “agente prejudicial aos pulmões” que pode causar irritação grave na pele, olhos e sistemas respiratórios. A sua utilização é especificamente proibida pela Organização para a Proibição de Armas Químicas.

Em paralelo às acusações, Washington anunciou um novo pacote de sanções contra empresas e indivíduos de ajudar a financiar a invasão russa da Ucrânia. Segundo o pacote anunciado pelo Departamento do Tesouro dos EUA, na quarta-feira, Washington visou quase 300 entidades na Rússia, China e outros países acusadas de apoiar a invasão do presidente Vladimir Putin.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que seu departamento "alertou consistentemente que as empresas enfrentarão consequências significativas por fornecerem apoio material à guerra da Rússia" e que suas "ações irão perturbar e degradar ainda mais os esforços de guerra da Rússia". Pequim condenou as sanções americanas.

"O lado chinês insta os EUA a deixarem de difamar e conter a China e a parar de implementar sanções ilegais e unilaterais de forma desenfreada", disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros em uma mensagem à AFP. "A China tomará todas as medidas necessárias para defender resolutamente os direitos e interesses legais das empresas chinesas".

Além das empresas de defesa russas e entidades chinesas, as sanciones afetam também várias unidades de pesquisa e empresas implicadas nos programas russos de armas químicas e biológicas. (Com AFP)


Fonte: O GLOBO

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