Bem no Maracanã, Flamengo precisa encontrar uma forma de repetir padrões táticos fora de casa

Bem no Maracanã, Flamengo precisa encontrar uma forma de repetir padrões táticos fora de casa

Segundo colocado do grupo E da Libertadores, rubro-negro decidirá vaga nas quartas de final como visitante. Oitavas serão nos dias 14 e 21 de agosto

Porto Velho, Rondônia - Depois de uma sequência de desempenho e resultados ruins, muito por conta da forma com a qual a equipe se portava taticamente, o Flamengo de Tite passa a sensação de que se encontrou. Desde que voltaram ao time titular, Gerson e Cebolinha tem dado ao time o equilíbrio necessário para que o rubro-negro consiga, tal qual no boxe, como comparou Tite após a vitória por 3 a 0 contra o Millonarios, "golpear" os adversários de diversas formas ao longo das partidas para pressiona-los até chegar ao gol.

Por outro lado, esse é um cenário que tem sido muito mais presente no Maracanã do que nos jogos que o time faz longe de seus domínios. Seja na Libertadores, no Brasileirão ou na Copa do Brasil, a verdade é que o Flamengo ainda não conseguiu apresentar o mesmo futebol ou sequer os mesmos padrões táticos que tem sido vistos quando a equipe atua em casa.

Por exemplo, na vitória contra o Millonarios, o Flamengo foi soberano. Ofensivo desde o primeiro minuto, o rubro-negro jogou quase os 90 minutos no campo de ataque — com a bola e sem ela, quando pressionou a saída adversária —, com boa troca de passes, jogadas em profundidade e forte movimentação dos homens do meio campo. Próximos à todo instante, os três meias (Allan, De La Cruz e Arrascaeta) e Gerson, posicionado como ponta mas com funções de um meio-campista que partia pela direita, comandaram o ataque da equipe e ditaram o ritmo da partida.

No entanto, contra o Amazonas, na semana passada, o cenário foi outro. Com o mesmo quarteto, o Flamengo esteve estático e desconcentrado, o que resultou numa partida sonolenta e de poucas chances efetivas de gol.

— Há todo um contexto. (Contra o Bolívar) tem uma equipe que marca médio ou baixo, no 4-5-1. A equipe não queria jogo, mas contra-atacar. E jogar perto do torcedor (faz a diferença). Um psicólogo pode falar melhor, mas todas as equipes que jogam em casa tem um índice de performance melhor. É um aspecto de confiança que o torcedor traz, é um componente. Do jogo do Amazonas pro de hoje, eu suava sentado.

Não dá para comparar. O gramado aqui flui, lá (na Arena da Amazônia), tranca. Pergunta para um meia. Quando a bola vem viva, tu trabalha em dois, três toques e tira tempo de jogo. Aqui ela entra num toque só para Arrascaeta, Lorran. Há uma série de aspectos. Pode e deve ser melhor, mas há um contexto — opinou Tite.

— Acho que o campo atrapalha. As vezes pontuamos isso e as pessoas acham que usamos como desculpa. É complicado jogar num gramado diferente, calor, linha baixa. E aqui é diferente. O calor da torcida empurra a gente — corroborou Allan.

Mata-mata na Libertadores será decidido fora

É bem verdade que o contexto de cada partida influencia. Ainda assim, contra o Amazonas, por exemplo, também é fato que os jogadores estiveram individualmente abaixo, o que prejudicou as sequências das jogadas e a criação do time como um todo.

De todo modo, com a segunda colocação do grupo E, o Flamengo terá que disputar a segunda e decisiva partida para ir às oitavas de final como visitante — o adversário ainda será conhecido, em sorteio na sede da Conmebol. Com isso, a equipe precisará melhorar o desempenho quando jogar longe do Maracanã para ter mais chances de ter vida longa no torneio internacional. Há tempo para isso, já que as partidas da próxima fase serão disputas apenas nas semanas dos dias 14 e 21 de agosto, ou seja, daqui dois meses e meio.

— Nós tivemos uma sequência de nove jogos acumulados e de dois, três dias com jogos, não teve? Então se ficar falando assim, parece que é a justificativa para uma situação que a gente não quer. Há uma desvantagem, sim. Nós queríamos decidir na nossa casa, nós queríamos ser o primeiro. Agora, a equipe tem suficientemente qualidade, capacidade técnica e mental para decidir dentro ou fora de casa — analisou o treinador rubro-negro.

Menos mal para o time de Tite que a próxima partida, no domingo, às 16h, contra o Vasco, pelo Brasileirão, será disputada no Maracanã. Com as arquibancadas divididas em 50% para cada rival, essa será mais uma oportunidade para o rubro-negro absorver a confiança transmitida pelo torcedor para ter um bom desempenho no clássico e tentar sair com a vitória.


Fonte: O GLOBO

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