Tráfico, negócios de fachada, 112 nacionalidades: Europol detalha como agem 'gangues mais poderosas' do continente

Tráfico, negócios de fachada, 112 nacionalidades: Europol detalha como agem 'gangues mais poderosas' do continente



A Europol detalhou, nesta sexta-feira, o perfil e a origem das 821 redes criminosas consideradas "mais perigosas" da Europa. A entidade expôs o funcionamento interno de gangues envolvidas em atividades que vão da circulação de drogas pelo território ao tráfico de seres humanos.

A agência policial europeia, com sede em Haia, publicou um relatório que, pela primeira vez, "analisa em profundidade" as operações dos principais grupos criminosos do continente.

— A mensagem para as redes criminosas mais ameaçadoras é que já não conseguirão se esconder — disse a diretora executiva da Europol, Catherine De Bolle, durante uma conferência de imprensa em Bruxelas.

Segundo o relatório, a maioria das gangues mais perigosos da Europa concentra-se no tráfico de drogas — cocaína, cannabis, heroína e produtos sintéticos — e as suas operações estão mais frequentemente localizadas na Bélgica, na Alemanha, na Itália, na Holanda e na Espanha.

— Nenhum Estado-membro está imune. Este é um ambiente multinacional. Entre os 25 mil suspeitos, encontramos 112 nacionalidades — disse De Bolle.

Os chefes das redes estão normalmente localizados no país onde a gangue opera, "mas em 6% dos casos, os líderes estão fora da UE", especialmente nos Emirados Árabes Unidos, na Turquia, no Marrocos e em países da América do Sul, indicou a chefe da Europol.

O relatório detalha a estratégia das redes criminosas para se infiltrarem em negócios legais, "como facilitadores para cometer de crimes, como fachada para esconder crimes e/ou como veículo para lavar lucros de atos criminosos".

Atualmente, cerca de 86% dos grupos criminosos mais perigosos da Europa utilizam "estruturas empresariais legais". Os setores mais vulneráveis ​​são a construção civil e o segmento imobiliário, a hotelaria e a logística.

Os gangues preferem o setor imobiliário como meio de lavagem de dinheiro, recorrendo a advogados ou peritos financeiros "que por vezes ignoram a origem criminosa dos bens", afirma a Europol.

Já o uso de casas noturnas está frequentemente ligado ao cometimentos dos crimes de tráfico de drogas, extorsão e tráfico de pessoas e armas, segundo a agência.

No setor da logística, especialmente nos grandes portos europeus, os trabalhadores do setor privado são "regularmente" alvos de corrupção, pois podem "facilitar o acesso irrestrito aos portos e aos sistemas portuários", ressalta o relatório.


Fonte: O GLOBO

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