O ministro apareceu no Senado em meio ao embate entre Poderes
Porto Velho, RO.
Em meio ao embate entre os Poderes, o ministro do STF (Supremo Tribunal
Federal) Alexandre de Moraes apareceu no Senado nesta quarta-feira (17)
de surpresa e afirmou que "nós já éramos felizes e não sabíamos" antes
das redes sociais.
Moraes participou da entrega do anteprojeto
que revisa o Código Civil ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG). Segundo relatos, o ministro avisou a Pacheco por telefone que
iria ao Congresso, apenas minutos antes do início da sessão.
"Vossa
excelência lembrou que na virada do século não existiam redes sociais;
nós já éramos felizes e não sabíamos. A necessidade dessa
regulamentação, do tratamento, da responsabilidade, do tratamento de
novas formas obrigacionais. Então a comissão fez exatamente isso",
disse.
Moraes tirou fotos com um grupo de juristas presidido
pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Luis Felipe Salomão
durante a entrega do texto a Pacheco no gabinete da presidência. Depois,
acompanhou o grupo ao plenário do Senado.
Pacheco e Moraes não
conversaram a sós, mas sentaram lado a lado no plenário e cochicharam
várias vezes enquanto outras pessoas falavam. O ministro do STF também
trocou impressões com Salomão, que estava do outro lado.
O
aumento do clima de insatisfação no Congresso com a atuação do STF foi
um dos principais assuntos de um jantar entre o presidente Lula (PT),
Moraes e outros três ministros da corte na segunda-feira (15) em
Brasília.
Segundo relatos colhidos pela Folha, o tom da conversa
foi de preocupação com o avanço das reclamações e principalmente com a
constatação de falta de ação por parte de políticos mais alinhados para
blindagem do tribunal.
A percepção de que o clima vem se
deteriorando em relação ao STF se acentuou após as acusações por parte
de Elon Musk contra Moraes sobre censura, ao criticar ordens de bloqueio
de contas na rede social X (antigo Twitter).
O jantar ocorreu na
casa de Gilmar Mendes. Além dele e de Moraes, também estavam presentes
os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin. Lula foi acompanhado dos
ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral
da União).
Nesta terça (16), o Senado aprovou, em dois turnos, a
proposta que coloca na Constituição a criminalização de porte e posse
de drogas, vista como um contra-ataque do Congresso ao julgamento do STF
que pode descriminalizar a maconha para uso pessoal.
por Folhapress