Governo e Petrobras dizem que vão recorrer de decisão que suspendeu presidente de conselho da estatal

Governo e Petrobras dizem que vão recorrer de decisão que suspendeu presidente de conselho da estatal

Pietro Mendes foi afastado após decisão da Justiça que alega “conflito de interesses” por ele ser secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Ele foi indicado por Silveira

O Ministério de Minas e Energia (MME) informou nesta quinta-feira que a União vai entrar com um recurso contra a suspensão do conselheiro Pietro Adamo Sampaio Mendes, presidente do Conselho de Administração da Petrobras. A estatal também divulgou nota afirmando que recorrerá da decisão da Justiça Federal.

A decisão de suspender Mendes, antecipada pela colunista do GLOBO Malu Gaspar, foi tomada pelo juízo da 21ª Vara Cível Federal de São Paulo. Mendes foi nomeado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Segundo o magistrado, ao se levar em consideração as atribuições de Mendes no conselho da estatal e seu cargo no ministério “extrai-se claramente que a ampla atuação da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis faz com que haja permanente e potencial conflito de interesses entre esse órgão e a Petrobras”.

Na decisão, o juiz diz que a posição que Medes ocupa atualmente o faz ser “detentor de informações estratégicas e proponente de políticas públicas que têm relação direta com as atividades desenvolvidas pela companhia, atraindo o conflito de interesses.”

A ação que pede a suspensão do conselheiro foi movida pelo deputado estadual Leonardo Siqueira (Novo-SP), que questiona a legalidade da presença de Mendes no conselho. O parlamentar argumentou que o nome do executivo não integrava uma lista tríplice elaborada por empresa especializada em recursos humanos, o que infringiria o estatuto da companhia.

Em sua nota, o MME alega que a indicação e nomeação do conselheiro atendem a todos requisitos legais, e que não existe “qualquer exigência, legal ou estatutária” que obrigue que a indicação de conselheiros passem por uma lista tríplice

O Ministério também argumenta que um parecer da Secretaria Geral da Petrobras, órgão responsável pelo acompanhamento e assessoramento das ações do Conselho da estatal “aponta não haver qualquer indício de conflito de interesse na atuação do referido conselheiro ao longo de sua presidência do órgão colegiado.”

A Petrobras, por sua vez, que a decisão “é baseada em alegada inobservância de requisitos do estatuto social da companhia no processo de indicação do conselheiro”. A companhia ainda informa que entrará com um recurso contra a decisão para “defender a higidez de seus procedimentos de governança interna, como tem atuado em outras ações em curso na mesma Vara questionando indicações ao Conselho.”

A decisão se dá em um momento turbulento da estatal. O atual presidente, Jean Paul Prates, vive um conflito com o ministro de Minas e Energia, que o fez balançar no cargo e ter sua demissão cogitada.

A disputa, vivida desde o início do governo, é pelo controle da empresa. Atualmente, o conselho composto por 11 membros, tem seis indicados ligados à Silveira, como Mendes. Ao seu lado, o presidente da empresa tem quatro conselheiros. Completa a lista uma representante dos empregados.


Fonte: O GLOBO

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