
Procedimento de inumação permite que os corpos possam ser exumados e sepultados posteriormente em outro local
“O procedimento é de inumação, pois permite que, caso seja do interesse das famílias, possa ser exumado e sepultado em outro local”, disse a Polícia Federal em nota.
De acordo com a PF, os nove corpos vão ser enterrados em cerimônia laica, realizada pelas instituições que participaram do resgate, entre elas a Marinha, o Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Científica do Pará, Guarda Municipal de Bragança, Defesa Civil do Estado, Defesa Civil de Bragança, a Organização Internacional das Nações Unidas para as Migrações (OIM) e o Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Além dos documentos encontrados, o barco encontrado guarda semelhanças com as embarcações usadas por pescadores da Mauritânia, conforme apontou um porta-voz da ONG Caminando Fronteras, ao O Globo.
Essas embarcações de pescadores são comumente usadas por refugiados e imigrantes que cruzam o mar em direção as Ilhas Canárias, na Espanha. A ONG Caminando Fronteras, que acompanha a movimentação desses barcos, aponta que ao menos 22 embarcações da Mauritânia se perderam no Oceano Atlântico nos últimos três meses, segundo a agência EFE.
O arquipélago espanhol é usado como rota migratória para entrada no continente europeu. Segundo a polícia, os indícios apontam que o barco provavelmente saiu da Mauritânia, na África, e acabou pegando uma corrente marítima com destino ao Brasil.
A estimativa é que pelo menos 25 pessoas estavam a bordo do barco, que não tinham leme, motor ou sistema de direção. O barco foi fabricado com fibra de vidro, e tem cerca de 13 metros de comprimento. Além disso, não apresenta sinais de danos estruturais, indicando não ter passado por naufrágio.
A embarcação levaria de sete a 15 dias para se deslocar da África Ocidental para o norte do Brasil, mesmo sem nenhum tipo de propulsão, de acordo com especialistas.
Fonte: O GLOBO
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