O que tem faltado é o tipo de inovação ousada e disruptiva pela qual a Nike é conhecida
Porto Velho,RO. John Donahoe disse que é difícil ser inventivo quando os funcionários estão trabalhando em casa
O presidente-executivo da Nike, John Donahoe, culpou o trabalho remoto pela desaceleração da inovação na empresa.
Em
entrevista à emissora americana CNBC na sexta-feira (12), o executivo
disse que é difícil ser inventivo quando os funcionários estão
trabalhando em casa.
"O que tem faltado é o tipo de inovação
ousada e disruptiva pela qual a Nike é conhecida e, quando olhamos para
trás, os motivos são bastante simples", disse Donahoe.
Ele disse
que as fábricas de calçados no Vietnã foram forçadas a fechar durante a
pandemia de Covid-19, mas, "ainda mais importante", os funcionários da
Nike trabalharam em casa por dois anos e meio.
"É evidente que é realmente difícil desenvolver um sapato ousadamente disruptivo pelo Zoom", afirmou Donahoe.
O
executivo disse que as equipes da empresa voltaram a trabalhar
presencialmente há 18 meses e que, desde então, estiveram focadas em
reconstruir projetos de inovação.
Em dezembro, a Nike anunciou um
plano de reestruturação para reduzir custos em cerca de US$ 2 bilhões
nos próximos três anos. Entre as estratégias adotadas, estão a redução
do fornecimento de produtos com baixo desempenho e a melhoria de sua
cadeia de suprimentos.
Dois meses depois, em fevereiro, a empresa
anunciou que reduziria em 2% sua força de trabalho, cerca de 1.500
empregos, para poder investir em áreas em crescimento.
Hoje,
marcas internacionais como On Running, Hoka e Lululemon, que cresceram
rapidamente nos últimos anos, estão tirando participação de mercado da
Nike. Além disso, a tendência na moda de abandonar os tênis de basquete
volumosos e a opção por tênis de perfil baixo, como o Adidas Samba,
também estão prejudicando a gigante do material esportivo.
A Nike
disse em março que sua receita na primeira metade do ano fiscal de 2025
diminuirá e que vai reduzir os pedidos de calçados consagrados, como o
Air Force 1, enquanto tenta se concentrar em produtos novos.
Embora
a empresa, com receita anual de US$ 51,2 bilhões ao ano até maio de
2023, seja muito maior do que a Adidas, os analistas do HSBC esperam que
seu crescimento anual em receitas fique atrás da rival em 2024, 2025 e
2026. A Nike prevê um crescimento de 1% na receita para o ano fiscal de
2024.
Fonte: FOLHAPRESS