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O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que ofereceu à Rússia um aprofundamento da cooperação em matéria de segurança, após o atentado terrorista que deixou ao menos 137 mortos nos arredores de Moscou. Em um pronunciamento nesta segunda-feira, Macron disse que o Estado Islâmico — grupo terrorista que reivindicou o ataque — é uma ameaça comum aos dois países, e pediu que o governo russo não instrumentalize o caso na tentativa de implicar a Ucrânia.
— É preciso evitar qualquer instrumentalização ou distorção, e ser exigentes e eficazes. Esse é o espírito com que avançamos, e esperamos que a Rússia faça o mesmo — disse o presidente francês, antes de acrescentar que seria "cínico e contraproducente" usar o ataque para atingir a Ucrânia e mencionar a proposta de "cooperação crescente" com Moscou e seus sócios regionais.
Embora o grupo terrorista tenha reclamado a autoria do ataque ainda na sexta-feira, afirmando ser parte da guerra contra "países que lutam contra o Islã", a Rússia mantém uma posição de ceticismo. Em seu primeiro pronunciamento sobre o atentado, no sábado, Vladimir Putin não mencionou o grupo terrorista, mas sugeriu uma relação entre os executores e a Ucrânia — o que motivou o comentário de Macron.
O presidente francês disse aos repórteres, logo após desembarcar na Guiana Francesa, nesta segunda, que a França tem informações de que foi uma "entidade do Estado Islâmico" que planejou e executou o ataque. A afirmação segue a linha do que outros países ocidentais, sobretudo os EUA, vem reiterando desde o dia do atentado.
Em Moscou, o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, negou-se a comentar sobre a autoria do ataque, mencionando que a investigação sobre o atentado está em curso. Peskov disse que "a administração presidencial cometeria um erro" se comentasse o caso, embora Putin tenha se referido à Ucrânia anteriormente citando "informações preliminares" dos serviços de segurança russos.
Preocupação com o terrorismo
A sinalização à cooperação em matéria de segurança — raro momento de aproximação entre Paris e Moscou desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, há dois anos — revela o grau de preocupação do governo francês com a atividade de grupos terroristas às vésperas da realização dos Jogos Olímpicos pelo país.
A França decretou nível máximo de alerta, no domingo, após o atentado em Moscou e as declarações públicas do Estado Islâmico. O grupo foi mencionado como uma ameaça ao país por Macron nesta segunda, que disse que o EI-K (o braço do grupo que provavelmente executou o ataque na Rússia) realizou "várias tentativas [de tentado] nos últimos meses" em solo francês.
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O ministro do Interior do governo Macron, Gérald Darmanin, apareceu em público para afirmar que as forças de segurança e os serviços de inteligência franceses "estarão prontos" para garantir a realização dos Jogos Olímpicos, embora reconhecendo que o país estaria "particularmente ameaçado" durante a o evento.
— A polícia francesa, os guardas, os prefeitos, os serviços de inteligência estarão prontos — disse Darmanin durante uma viagem ao norte do país.
No sentido da cooperação com a Rússia, no entanto, o contexto geopolítico que envolve a ocupação da Ucrânia e os receios de toda a Europa com as intenções expansionistas de Vladimir Putin podem ser um entrave. Macron não fala diretamente com o presidente russo desde 2022, no começo da invasão.
Na Guiana Francesa, Macron disse que o contato entre os países seria mais em "nível técnico e ministerial" do que em conversas com Putin, mas não descartou uma aproximação direta, caso seja necessário.
— Vamos ver como o contexto se desenvolve e até que ponto os próximos dias e semanas pedem [uma conversa pessoal] — disse Macron. (Com AFP).
Fonte: O GLOBO
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