Júri decide nesta terça destino dos sete envolvidos na morte do jogador Daniel; veja os crimes de cada réu

Júri decide nesta terça destino dos sete envolvidos na morte do jogador Daniel; veja os crimes de cada réu

Atleta, que defendia o time Esporte Clube São Bento (SP), foi assassinado em 2018

O júri popular que decide a possível condenação dos sete réus envolvidos na morte do jogador Daniel Corrêa Freitas chega ao fim nesta terça-feira, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ao GLOBO, o Tribunal prevê que o encerramento deve ocorrer ao fim do dia. Além da família Brittes, composta por Edison, Cristiana e a filha Allana, serão julgados os amigos: Eduardo Henrique da Silva, David Willian Vollero Silva, Ygor King e Evellyn Brisola Perusso.

O processo foi levado ao Tribunal do Júri de São José dos Pinhais na manhã desta segunda-feira, dando início ao julgamento. O processo será concluído cinco anos após o crime, quando o jogador de futebol foi encontrado morto com sinais de agressão, um corte no pescoço e o órgão genital mutilado.

Réus no caso do assassinato de Daniel Corrêa Brittes — Foto: Reprodução

De acordo com o TJ-PR, em nota enviada ao GLOBO, na sessão desta segunda-feira foi realizada somente a "instrução em plenário", que consiste na escuta das testemunhas de acusação, defesa e interrogatório dos réus. Nesta terça-feira, ocorrem os debates: o Ministério Público terá um tempo de fala, e, em seguida, será a vez da defesa. Ainda segundo o tribunal, é possível acrescentar um tempo para réplica e por fim a tréplica. "Somente então, encerradas essas fases, é que os jurados irão votar para cada um dos réus e em relação a cada um dos crimes que são acusados".

Para o julgamento, 40 testemunhas foram convocadas para depor, e pelo menos 16 advogados estão envolvidos no caso. Ao longo do processo, quatro juízes se declararam suspeitos: Luciani Regina Martins de Paula, Diego Paolo Barausse, Marcos Takao Toda e Guilherme Moraes Nieto, sendo afastados do caso. Quem preside o júri é o quinto designado, o magistrado Thiago Flôres Carvalho. Em fevereiro de 2024, ele definiu a data do julgamento para 18 de março.

Entre os réus, apenas dois permanecem presos: Edison Brittes e Eduardo da Silva. O patriarca da família está detido desde 1º de novembro de 2018, cinco dias após o assassinato do atleta. Já Eduardo, que foi preso logo após o crime, ganhou liberdade em setembro de 2019, mas foi detido novamente por suspeita de tráfico de drogas, em Foz do Iguaçu, em dezembro de 2020.

Relembre o caso

Em 2018, Daniel morava em São Paulo, como jogador do time Esporte Clube São Bento (SP). No dia de sua morte, o jogador estava em Curitiba, onde já havia morado durante uma passagem pelo Coritiba Foot Ball Club, meses antes. Durante a viagem, ele foi a uma balada sertaneja para celebrar o aniversário de 18 anos de Allana Emily Brittes, na época sua amiga. Em 2017, Daniel já havia marcado presença no aniversário de 17 anos da jovem. Edison Brittes Júnior e Cristiana Brittes, pais de Allana, também estavam na festa.

Cristiana e Edison; Daniel e Allana — Foto: Reprodução

Durante a madrugada de 27 de outubro, a família e os amigos de Allana decidiram continuar a comemoração na casa da família e chamaram mais alguns convidados, dentre eles, Daniel. Na residência, em São José dos Pinhais, o jogador enviou um áudio para um grupo de amigos informando que estava na festa e que no local havia várias mulheres. Em seguida, ele enviou uma foto ao lado de Cristiana, mostrando-a desacordada na cama do quarto.

Após este último contato com os amigos, o jovem desapareceu. Seus familiares chegaram a entrar em contato com Allana, que afirmou não saber de nada.

Fotos tiradas por Daniel com Cristiana desacordada — Foto: Reprodução

Segundo o depoimento de Edison Brittes, o pai da família, ele ouviu a esposa gritando no quarto e, ao chegar, percebeu que a porta estava trancada. Ele relatou ter arrombado a porta, encontrando Daniel em cima de Cristiana, e então começou a agredi-lo. Daniel foi espancado na casa, colocado no porta-malas do carro de Edison e levado para um matagal. Além de Edison, três amigos de Allana — David William Vollero Silva, atual marido da jovem, Eduardo Henrique Ribeira da Silva e Ygor King — também entraram no carro.

A aniversariante, sua mãe Cristiana e uma amiga da jovem, Evellyn Brisola Perusso, permaneceram na casa. A residência foi limpa e Evellyn relatou em depoimento que só foi liberada após preparar o almoço para a família.

No matagal, na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, Daniel teve o pescoço cortado e o pênis decepado. Em novembro, Edison Brittes confessou o assassinato e foi preso. Ele permanece detido desde então, há cinco anos.

Veja os crimes pelos quais cada réu responde:
  • Allana Emilly Brittes: fraude processual; corrupção de menor; coação no curso do processo.
  • Cristiana Rodrigues Brittes: fraude processual; corrupção de menor; coação no curso do processo.
  • David Willian Vollero Silva: homicídio qualificado (motivo torpe, emprego de tortura ou outro meio cruel, e recurso que impossibilitou a defesa da vítima); ocultação de cadáver; fraude processual.
  • Edison Luiz Brittes Junior: homicídio qualificado (motivo torpe, emprego de tortura ou outro meio cruel, e recurso que impossibilitou a defesa da vítima); fraude processual; corrupção de menor; coação no curso do processo; ocultação de cadáver.
  • Eduardo Henrique Ribeiro da Silva: homicídio qualificado (motivo torpe, emprego de tortura ou outro meio cruel, e recurso que impossibilitou a defesa da vítima); ocultação de cadáver; fraude processual; corrupção de menor.
  • Evellyn Brisola Perusso: fraude processual.
  • Ygor King: homicídio qualificado (motivo torpe, emprego de tortura ou outro meio cruel, e recurso que impossibilitou a defesa da vítima); ocultação de cadáver; fraude processual.

Fonte: O GLOBO

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