GreenCare vai investir R$ 20 milhões para desenvolver primeiro remédio à base de extrato de cannabis no Brasil

GreenCare vai investir R$ 20 milhões para desenvolver primeiro remédio à base de extrato de cannabis no Brasil

Empresa recebeu na semana passada autorização da Anvisa para realizar primeiro estudo clínico para o registro de um medicamento a partir do extrato de cannabis

A GreenCare Pharma acaba de receber autorização da Anvisa para iniciar as pesquisas do primeiro estudo clínico que poderá transformar extrato de cannabis em medicamento — processo que permite à startup sair na frente de grandes farmacêuticas como Biolab, Hypera, Eurofarma e Prati-Donaduzzi, que estão dando os primeiros passos no mercado de cannabis medicinal.

A empresa fundada em 2018 vai investir R$ 20 milhões para transformar extrato de cannabis em medicamento propriamente dito, com indicação de uso, um processo que pode levar cinco anos.

No ano passado, a GreenCare Pharma liderou a venda de extrato de cannabis com participação de 16%. Foram 38,1 mil unidades, 20 vezes mais do que o resultado de 2022.

O mercado de cannabis medicinal movimentou R$ 150 milhões no ano passado no Brasil, um crescimento de 127% sobre 2022. Desde a regulamentação do mercado nacional, o segmento atraiu a atenção dos grandes laboratórios nacionais e hoje a venda de produtos feitos no Brasil cresce a um ritmo maior que os importado.

Foram 356,6 mil unidades dos dois produtos hoje autorizados pela agência reguladora: canabidiol isolado, hoje vendido exclusivamente pelo Prati-Donaduzzi, e extrato de cannabis, produto que inclui todos os compostos da planta, como CBD e THC.

Das vendas totais do varejo farmacêutico em 2023, 40% foi de extratos de CBD e THC, contra 9% em 2022. A expectativa é de que em 2 anos 80% das vendas sejam do extrato.

Para Martin Mattos, CEO da GreenCare, a entrada de novos players do setor farmacêutico não assusta. — A gente continua competitivo e tem a vantagem de ser especializado, enquanto para as grandes farmacêuticas, o derivado de cannabis é apenas mais um produto — diz ele. — Mas vemos a entrada deles como positivo pois ajuda a aumentar o tamanho do mercado e difundir a categoria do produto —

No futuro, porém, o mercado deve ser dominado por quem tiver medicamento propriamente dito e para isso, é preciso investir em estudo clínico.

— É um investimetno importante mesmo para essas farmacêuticas — diz Fabio Furtado, co-fundador e diretor comercial da GreenCare.

Além do estudo clínico de extrato de canabidiol da GreenCare, a Anvisa autorizou também a Prati-Donaduzzi a iniciar estudos clínicos para registro de medicamento com o canabidiol isolado.

A definição do uso dos medicamentos só será feita na segunda fase do estudo clínico — a partir do ano que vem — e para isso a GreenCare deve contar com os resultados de 13 linhas de pesquisa que vem realizando em parceria com universidades, clínicas e hospitais.

O investimento para o estudo clínico deve ser bancado em parte pela geração de caixa e parte por uma nova captação que a GreenCare espera ver concluída até o final do semestre.

A GreenCare foi criada e é controlada pelo fundo de venture capital Greenfield, fundo de brasileiros com sede no Canadá e que investe no segmento de cannabis. Além de Martim Mattos, ex-CFO da Hypera, e Fabio Furtado, herdeiro do grupo Grid de autopeças, a empresa tem como sócio fundador Marcelo Marco Antonio, cuja família fundou o hospital São Luiz.

O Greenfield já investiu R$ 40 milhões desde a fundação da empresa. Para a nova rodada de investimentos e, além de um reforço da atual base de acionistas, já garantido, a GreenCare espera atrair novos investidores.


Fonte: O GLOBO

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