Fenômeno da Superliga feminina, jogadora sérvia revela traumas após assaltos com arma na cabeça e cogita deixar o Brasil

Fenômeno da Superliga feminina, jogadora sérvia revela traumas após assaltos com arma na cabeça e cogita deixar o Brasil

Aleksandra Uzelac afirmou que não sabe sevai terminar a temporada no Fluminense ou voltar antes para seu país natal para se recuperar e treinar para a seleção

A jovem ponteira sérvia Aleksandra Uzelac, do Fluminense, revelou, nesta sexta-feira, que foi assaltada duas vezes no Rio de Janeiro no mês passado. Considerada uma das mais talentosas da temporada, a jogadora deu entrevista para jornais sérvios em tom de despedida do Brasil, após as duas ocorrências com faca e arma na cabeça.

— Eu estava voltando com um amigo do jantar, andamos de bicicleta pela pista que foi projetada para isso. Ao lado está a calçada para pedestres, depois a parte onde as árvores são plantadas; Eu fui primeiro, ele atrás de mim. Quando me afastei, dois homens correram para cima de mim. Eles pegaram as camisas e sacaram as facas. 

Eram literalmente facões, facas enormes. Nem sei como eles se encaixam sob a camisa. Comecei a gritar e não sabia o que fazer. Eu me desviei nesse caminho... Posso dizer que Deus me salvou porque eu nem caí da minha bicicleta e saí correndo em uma estrada onde tem carros, motos — disse a jogadora em entrevista para a Mozzart Sport.

A jogadora achou que o pesadelo havia acabado, mas apenas dez dias depois voltou a ser alvo de bandidos.

— Eu estava voltando do clube para o apartamento, estava com um amigo para jantar. Antes disso, assistimos ao futebol fluminense, estava tudo ótimo. Paramos o Uber, entramos no carro... Escrevi um bilhete para o meu namorado Danilo dizendo que estava tudo bem e que eu estaria em casa em 30 segundos, já que moro a 100 metros do clube. Eu estava olhando para o telefone, e meu amigo pegou minha mão e começou a gritar: "Uzi, Uzi, Uzi...". 

Olho para dois carros à nossa frente, atrás de nós, ao lado de dois motores. Os homens saem com fantasmas e armas. Dois deles ficaram na frente do carro, e os outros bateram em cada porta com uma arma. Em português, gritavam para que demos tudo o que tínhamos. Abriram a porta e colocaram armas na nossa cabeça — desabafou a jogadora.

Durante o assalto, a jogadora afirmou que conseguiu jogar o celular para o banco de trás sem que os bandidos percebessem. Mas, mesmo assim, a atleta perdeu bolsa, documentos e até as chaves de seu apartamento.

— Tive ataques de pânico, acordei no meio da noite e comecei a gritar, gritar, pensei que alguém estava me perseguindo. Liguei para minha mãe e disse que queria me matar no apartamento. Pensei que alguém estava me chamando: Uzelac, Uzelac... O trauma é grande. É difícil para mim dormir, agora estou usando pílulas por causa desses pesadelos. Sinto-me bem durante o dia, mas é difícil à noite. Estou cansada porque não durmo há dias — revelou ao Mozzart Sport.

Aleksandra Uzelac — Foto: Reprodução

A jogadora agradeceu o suporte que vem recebendo do Fluminense. Ela também afirmou que seu empresário e o namorado foram peças essenciais para ela superar o trauma. — Eles estão preocupados, mas ainda não sei que decisão vou tomar. Não sei se vou ficar ou não — disse a jogadora.

Com apenas 19 anos, Uzelac é a maior pontuadora da Superliga Feminina, com 357 pontos. Agora, a jogadora espera o próximo embate na semifinal da competição contra o Minas, no dia 3 de março.

— É mais importante para mim neste momento sentir-me seguro, manter-se estável na minha cabeça, porque competições importantes com a seleção estão à minha espera. Quero estar pronto para a Liga das Nações e para os Jogos Olímpicos. Tenho medo que tudo isso possa me chatear muito, por mais forte que eu queira ficar. Você não pode imaginar o quão terrível é até que seja vivido — relatou a jogadora à imprensa sérvia.

— Houve negociações, nada era certo se continuaria na próxima temporada ou não. Mas depois de tudo isso, nem sei se vou terminar essa temporada no Fluminense. É muito possível que eu me dedique aos próximos dois meses e me prepare para a seleção. Se eu procurar ajuda de um psicólogo, certamente será na Sérvia, não aqui — finalizou a jogadora.


Fonte: O GLOBO

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