Entenda as suspeitas de fraude no cartão de vacinação que levaram ao indiciamento de Bolsonaro

Entenda as suspeitas de fraude no cartão de vacinação que levaram ao indiciamento de Bolsonaro

De acordo a PF, o inquérito visava esclarecer se teriam sido forjados dados do certificado de vacinação de parentes do ex-presidente

O ex-presidente Jair Bolsonaro, seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) foram indiciados nesta terça-feira pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação. As investigações se referem a suposta fraude em certificados de vacinação contra a Covid-19.

De acordo a PF, o inquérito visava esclarecer se teriam sido forjados dados do certificado de vacinação de parentes do ex-presidente, como de sua filha, Laura Bolsonaro, de 12 anos. Em maio do ano passado, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa da família e de prisão contra ex-funcionários, como Cid.

Ao longo de sua gestão, Bolsonaro se recusou a informar se tomou a vacina contra a Covid-19. Questionado por meio de Lei de Acesso à Informação, o governo impôs um sigilo de até cem anos aos dados sob a justificativa que isso se referia à vida privada do então presidente.

Em janeiro do ano passado, um grupo de hackers divulgou um cartão de vacinação que supostamente seria de Bolsonaro. Nele constava o registro de uma dose da vacina contra a Covid-19, que teria sido aplicada em uma unidade de saúde em São Paulo, com data de 19 de julho de 2021.

O cartão de vacinação, no entanto, já era alvo de uma investigação da Controladoria-Geral da União para apurar a possibilidade de informações falsas no documento. A ação foi aberta durante a gestão do ex-ministro da CGU Wagner Rosário, próximo ao fim do antigo governo.

Como o GLOBO mostrou, as informações são apontadas como falsas pela administração anterior, tendo em vista que nesse dia Bolsonaro se encontrava em Brasília. Ainda segundo relatos feitos à reportagem, foi constatado a ocorrência de outras tentativas de inserção de dados no cartão.

A investigação apurou se isso ocorreu por ação de um hacker ou de um servidor público. A base de dados do cartão de vacinação é de responsabilidade do Ministério da Saúde.

Em março do ano passado, a CGU decidiu que retirar o sigilo do cartão de vacinação e divulgá-lo após a conclusão da investigação. Sob a gestão do novo ministro Vinicius Marques de Carvalho, a CGU foi encarregada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL) de rever os sigilos da gestão Bolsonaro. O cartão de vacinação entrou nessa lista.


Fonte: O GLOBO

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