Defesa de Bolsonaro avalia pedir ao STF levantamento do sigilo dos vídeos dos depoimentos de Mauro Cid

Defesa de Bolsonaro avalia pedir ao STF levantamento do sigilo dos vídeos dos depoimentos de Mauro Cid

Movimento ocorre após a divulgação de áudios em que o ex-ajudante de ordens lança dúvidas sobre a sua colaboração com a PF

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro avalia pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) o levantamento do sigilo dos vídeos dos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, após a divulgação de áudios em que ele lança dúvidas sobre a credibilidade da sua delação premiada. As gravações foram reveladas na noite desta quinta-feira pela revista "Veja".

Nas redes sociais, o advogado e assessor de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, defendeu a queda do sigilo sobre as oitivas de Cid prestadas no âmbito da sua colaboração premiada. Em seus depoimentos, o tenente-coronel implicou o ex-presidente na suposta trama golpista e na falsificação da sua carteira de vacinação. Cid era o chefe da Ajudância de Ordens do ex-presidente.

"Ao longo da semana a própria imprensa já vinha retratando uma possível discrepância entre o que o Cid falava versus o que estava no papel. Isso é gravíssimo. O levantamento do sigilo das gravações dos depoimentos dele, na íntegra, poderá dirimir potenciais dúvidas e dará a transparência necessária para a elucidação de parte dos fatos", escreveu Wajngarten, acrescentando que a defesa do presidente irá tomar "as devidas providências" ao longo desta sexta-feira.

Nos áudios divulgados pela revista, Mauro Cid diz que foi pressionado a falar sobre fatos que não teriam acontecido ou dos quais ele não teria conhecimento, e sugere que a PF estava com "a narrativa pronta e não queria saber a verdade".

Nas gravações, o tenente-coronel também faz comentários sobre a conduta do ministro do STF Alexandre de Moraes. — Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação — afirmou ele.

Em nota, a defesa de Cid explicou que as gravações "parecem" ser "clandestinas" e que as falas foram feitas em um contexto de "desabafo", no qual "relata o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional" que o tenente-coronel está vivendo.

Os advogados também afirmaram que Cid não "coloca em xeque em nenhum momento a independência, funcionalidade e honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do Supremo Tribunal Federal na condução dos inquéritos em que é investigado e colaborador". O texto foi assinado pelos defensores Cezar Bitencourt, Jair Alves Pereira e Vânia Bitencourt.

O ex-ajudante de ordens foi intimado a prestar esclarecimentos sobre os áudios nesta sexta-feira a um juiz auxiliar de Moraes. Dependendo das suas explicações, a PF cogita anular o acordo de delação premiada do militar, o que pode levá-lo de volta à prisão preventiva.


Fonte: O GLOBO

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