'Achamos que era algum gás tóxico': mais de 250 pessoas passam mal após 'maré vermelha' em praia de Alagoas

'Achamos que era algum gás tóxico': mais de 250 pessoas passam mal após 'maré vermelha' em praia de Alagoas

Casos estão concentrados no Litoral Norte. Governo estadual emitiu um alerta à população e turistas, mas técnicos ainda não conseguiram detectar toxinas na água

Um fenômeno conhecido como "maré vermelha" pode ter sido responsável por levar pelo menos 250 pessoas — sobretudo turistas — a procurarem atendimento médico no Litoral Norte de Alagoas, entre esta quarta e quinta-feira, com sintomas como tosse, dor de garganta, enjoo, diarreia, secura nos olhos, falta de ar, tremores e irritação na pele. A maioria delas esteve na Praia do Carro Quebrado, no município de Barra de Santo Antônio, ou hospedada num resort à beira-mar.

"Estávamos na praia, por volta das 16h, e eu comecei a espirrar muito. Voltei para a recepção, para pedir um remédio na farmácia, e de repente todo mundo no hotel estava espirrando, tossindo, foi um surto muito louco. Falaram que é uma tal de maré vermelha", relatou a chef de cozinha Luana Silva nas redes sociais. Ela era um dos hóspedes que estavam no resort e precisaram de atendimento.

"Depois de sair do hotel, já tivemos uma melhora significante, mas ainda estou rouca, com dor de cabeça. Coisa muito louca, nunca vi nada parecido na minha vida. Achamos que era algum gás tóxico do hotel que tinha estourado, mas foi isso, um fenômeno da natureza que nos pegou de surpresa", acrescentou.

Toxina não detectada

Com a repercussão e o grande número de casos de pessoas que precisaram procurar atendimento médico, o governo estadual enviou técnicos do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL) ao trecho da praia em que a "maré vermelha" foi vista. Eles fizeram coletas de água, mas, num primeiro momento, nada foi detectado. Os técnicos voltarão a visitar locais de coleta nesta sexta-feira. Antes, banhistas também haviam relatado o fenômeno na cidade de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco.

Recomendação, por enquanto, é evitar banho em segmentos do mar que apresentem coloração e odor diferentes, diz governo de Alagoas — Foto: Divulgação / IMA-AL

"Banhistas haviam apresentado sintomas possivelmente provocados por toxinas liberadas pelas algas que compõem essas marés. O evento foi registrado às 16h desta quarta-feira, e também teria ocorrido no município de Tamandaré, no litoral sul de Pernambuco", diz o IMA. "Técnicos do laboratório fizeram coletas da água em pontos da praia com o objetivo de identificar se no local havia proliferação das algas. No entanto, não foram identificadas as manchas na água que caracterizam as marés vermelhas".

A orientação dos governos estadual e municipal, no entanto, é para que a população evite entrar no mar caso note que há algo errado.

— A recomendação, por enquanto, é evitar a recreação e o banho em segmentos do mar que apresentem coloração e odor diferentes — disse o coordenador de Gerenciamento Costeiro do IMA, Ricardo César, que esteve no local e acompanhou o trabalho.

O governo de Alagoas emitiu um alerta: "Atenção banhistas, evitem recreação em áreas do mar com coloração ou odor diferente!". "A 'Maré Vermelha' é um fenômeno provocado por algas nocivas que liberam toxinas que podem causar sintomas como enjoo, diarreia, irritação e secura nos olhos, falta de ar, tremores e irritações na pele".

A prefeitura de Barra de Santo Antônio também publicou um alerta e informou à população que o tratamento é sintomático. "Envolve hidratação oral, venosa ou uso de medicamentos para alívio dos sintomas. Neste período, recomenda-se evitar ir às praias ou tomar banho de mar".

O que é a 'maré vermelha'?

A "maré vermelha", explica o IMA-AL, é um fenômeno provocado pelo crescimento excessivo de algas que liberam ou não toxinas. Entre os principais sintomas das pessoas que têm contato com as toxinas estão enjoo, diarreia, irritação e secura nos olhos, além de falta de ar.

Essa floração de algas nocivas é provocada pelo aumento da temperatura, salinidade, excesso de nutrientes, além de outros fatores. Carga orgânica elevada contida em efluente doméstico também pode contribuir com o tempo de permanência dessas marés na região, que podem durar entre 12h e 48h.


Fonte: O GLOBO

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