Análise: Vitória do Vasco em clássico reflete superioridade psicológica e tática em relação ao Botafogo

Análise: Vitória do Vasco em clássico reflete superioridade psicológica e tática em relação ao Botafogo

Coletivas após a partida dão boa dimensão do que é o vestiário de cada equipe

Melhor clássico disputado no Carioca até aqui, a partida entre Botafogo e Vasco, no Nilton Santos, ontem, deixou alguns recados em relação às equipes. O mais nítido deles é que o cruz-maltino de Ramón Diáz é, a esta altura da temporada, o time do Rio mais sólido no aspecto tático, embora não tenha a mesma qualidade técnica dos três rivais. 

Apesar de contar com dois zagueiros reservas no já tradicional trio defensivo, o cruz-maltino foi melhor ao longo de quase toda a partida, a exceção dos primeiros 25 minutos. Assim, com ótima atuação de Payet e o reencontro de Vegetti com as redes, o time de São Januário venceu por 4 a 2 e tomou do rival o lugar na zona de classificação às semifinais do Estadual.

Para o Botafogo, o diagnóstico é o oposto. Por mais que tenha tido bons momentos ao longo do ano e um ótimo início de clássico, a equipe segue inconstante e apresentando os mesmos erros. Os dois primeiros gols do Vasco — Galdames, após passe de Payet, na etapa inicial, e Piton, em assistência de David, no primeiro lance da fase final — saíram depois de jogadas em que o cruz-maltino teve um atleta na entrada da área com enorme liberdade para encaixar o melhor passe.

Essa já era uma deficiência notória do alvinegro de Tiago Nunes em jogos anteriores. Há um buraco sistemático entre a linha de defesa e os meio-campistas que o time tem dificuldade crônica para corrigir. Além disso, o gol marcado por Vegetti, de pênalti, o terceiro do Vasco, saiu após falha de Hugo, prejudicado com o péssimo passe de Gatito Fernández, que tem sido destaque negativo neste início de temporada.

Início movimentado

Ao contrário do que o placar indica, o Botafogo começou o clássico melhor que o Vasco. Tanto é que marcou com Victor Sá aos 2 minutos, em lance que foi anulado por impedimento com auxílio do árbitro de vídeo, e depois com Eduardo, aos 21, para valer, em golaço de fora da área. No entanto, o alvinegro começou a dar espaços demais atrás, sofreu o empate e perdeu o controle da partida.

Há um outro fator que parece ser oposto entre os dois times: a questão mental. Durante todo o Carioca, o Botafogo tem dado indícios de que ainda sofre com as feridas que a derrocada no Brasileiro de 2023 deixou.

— Nós vamos evoluir através de uma sequência de resultados positivos e de reforços que vão encorpar o grupo. Porque muitos jogadores estão pedindo para ter sequência fora da equipe para parar de carregar essa carga tão forte. Então, você tem que ter mais jogadores de nível compatível para manter o Botafogo competindo em alto nível — afirmou o treinador Tiago Nunes.

O Vasco, por outro lado, sempre esteve bem psicologicamente sob o comando de Ramón Díaz, mesmo em momentos mais duros da última temporada. Firme, o cruz-maltino ainda chegou ao 4 a 1 no clássico depois de Vegetti acertar o travessão e a bola bater nas costas de Gatito. Por fim, Eduardo, em mais um golaço, dessa vez de bicicleta, fechou o placar.

— Sempre falamos o mesmo tanto com Ramón quanto o grupo: clássico é vida ou morte. Pode não jogar tão bem, mas sabe que tem que lutar. Viemos de uma escola de River x Boca, onde perde e morre. Essa é a mentalidade que o grupo está adquirindo. E seguimos lutando, vamos seguir até o final — declarou o auxiliar cruz-maltino Emiliano Díaz.

No sábado, o Vasco encara o Volta Redonda. Já o Botafogo enfrenta o Audax. Antes, nesta quarta, duela com o Aurora pela Libertadores.


Fonte: O GLOBO

Postar um comentário

Please Select Embedded Mode To Show The Comment System.*

Postagem Anterior Próxima Postagem