Operação contra Ramagem será arma de adversários na disputa no Rio, mas aliados não veem prejuízo eleitoral

Operação contra Ramagem será arma de adversários na disputa no Rio, mas aliados não veem prejuízo eleitoral

Apesar de não ser citado nominalmente por Eduardo Paes e Tarcísio Motta, deputado terá investigação usada nas eleições municipais

A operação contra o pré-candidato à prefeitura do Rio Alexandre Ramagem (PL) tem potencial de balançar o tabuleiro eleitoral da cidade e servirá de munição para seus adversários. Segundo articuladores, a investigação pelo suposto monitoramento ilegal durante sua gestão na Abin vai virar pauta na campanha. Aliados do bolsonarista, contudo, buscam minimizar o episódio e argumentam que não haverá grande prejuízo na corrida ao Executivo.

Os principais adversários de Ramagem na disputa são o prefeito Eduardo Paes (PSD) e o deputado federal Tarcísio Motta (PSOL). Publicamente, Paes não comentou a operação, enquanto Motta questionou o motivo que teria levado, segundo a PF, ao monitoramento da promotora Simone Sibilio que, entre 2018 e 2021, esteve à frente das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco.

“Por quê? Para quê? A mando de quem? Como? Com a cumplicidade de quem? Essas perguntas precisam de respostas urgentes”, escreveu em seu perfil no X (antigo Twitter) sem citar Ramagem nominalmente. Em outra publicação, disse que quem pratica atividades criminosas não pode chegar à prefeitura do Rio.

O PL aguarda os desdobramentos das investigações para avaliar desgastes na pré-candidatura de Ramagem. Parte do partido, contudo, acredita que terá pouco impacto nas pretensões eleitorais, visto que a acusação contra o parlamentar gira em torno de um programa de espionagem, pouco tangível ao eleitor médio. Articuladores apontam que crimes de corrupção gerariam problemas maiores.

Os mais otimistas apostam que o cenário pode ser revertido a favor do deputado. Esta tese foi defendida pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que disse que a vitória nas eleições ocorreria “mais facilmente”. Para o presidente estadual do Rio e líder da sigla na Câmara, Altineu Côrtes, a operação colocou Ramagem em destaque:

— Achamos que a operação vai impulsionar a campanha dele porque todos estão enxergando essa perseguição. Acreditamos que o impacto eleitoral possivelmente não será negativo. Não existe corrupção, é um cara honesto, íntegro. Porque ele não foi chamado a depor? A dar explicações? É uma violência essa busca e apreensão — afirmou.

Ramagem não é o único pré-candidato do PL no alvo da PF. Na semana passada, Carlos Jordy, futuro postulante à prefeitura de Niterói, foi um dos focos da Lesa-Pátria, operação que investiga os ataques do 8 de janeiro.


Fonte: O GLOBO

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