Comunicado foi feito após a Guarda Revolucionária iraniana afirmar que atingiu o 'centro de espionagem' de Israel no Curdistão iraquiano; ação deixou ao menos quatro civis mortos
Barzani também disse que as alegações iranianas eram infundadas, e acrescentou que este não era o momento para as forças dos EUA se retirarem do país. Nesta terça-feira, o governo iraquiano indicou que tomará todas as medidas legais cabíveis, incluindo a apresentação de uma queixa ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. A Guarda Revolucionária reiterou ter atacado alvos “terroristas”, embora, além dos mortos, outros seis civis tenham ficado feridos.
A França saiu em defesa do Iraque e acusou o Irã de violar a soberania do país. Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês afirmou que “tais atos representam violações flagrantes, inaceitáveis e preocupantes da soberania do Iraque, e um ataque à sua estabilidade e segurança, bem como a do Curdistão dentro dele”. Declarou, ainda, que a Guarda Revolucionária iraniana contribui para a “escalada de tensões regionais”, e que deve parar.
‘Ataques minam estabilidade’
Os ataques ocorreram num contexto regional delicado, em meio à guerra na Faixa de Gaza protagonizada por Israel e Hamas, que também provocou hostilidades no Mar Vermelho entre os rebeldes houthis do Iêmen e os Estados Unidos. Porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller disse que Washington “condena fortemente” e se opõe ao que chamou de “ataques irresponsáveis com mísseis por parte do Irã, e que minam a estabilidade do Iraque”.
A IRNA, agência de notícias oficial iraniana, disse que os mísseis tinham como alvo um centro de espionagem e “uma congregação de grupos terroristas anti-Irã” na capital do Curdistão iraquiano. Ainda segundo a agência, o centro de espionagem pertencia ao serviço de Inteligência israelense Mossad, que o usava como espaço de desenvolvimento de “operações de espionagem e planejamento de ações terroristas”.
A Guarda Revolucionária também atacou com mísseis balísticos “locais de reunião de comandos e elementos relacionados aos recentes ataques terroristas, em particular do Estado Islâmico (EI)” na Síria, afirmou o grupo. A organização acrescentou que as ações ocorreram “em resposta aos crimes de grupos terroristas que martirizaram injustamente um grupo dos nossos compatriotas em Kerman e Rask”.
Em 3 de janeiro, homens-bomba detonaram seus artefatos perto do túmulo, na cidade de Kerman, no sul do país, do general Qassem Soleimani, responsável por inúmeras operações militares iranianas no Oriente Médio. Ele foi assassinado pelos Estados Unidos no Iraque em 3 de janeiro de 2020. Reivindicado pelo Estado Islâmico, o ataque de janeiro deste ano deixou cerca de 90 mortos.
Fonte: O GLOBO
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