Deputados aliados de Tarcísio querem prima de Bolsonaro na Secretaria da Mulher

Deputados aliados de Tarcísio querem prima de Bolsonaro na Secretaria da Mulher

Deputada Valéria Bolsonaro (PL) tem o apoio de apoiadores do ex-presidente na Alesp e da atual titular da pasta, Sonaira Fernandes

Parlamentares da bancada bolsonarista da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) trabalham para emplacar o nome da deputada estadual Valeria Bolsonaro (PL) na Secretaria de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) . A atual titular da pasta, Sonaira Fernandes (Republicanos), deve deixar o posto para disputar a reeleição na Câmara Municipal paulistana, de onde se licenciou no ano passado. Ela também endossa o nome de Valeria, de quem é próxima.

Em entrevista à TV Globo veiculada na terça-feira, Tarcísio disse que devem haver trocas em duas secretarias: além da pasta de Sonaira, há também a de Desenvolvimento Social (Gilberto Nascimento Júnior). Mas integrantes do governo esperam ainda mudanças na pasta de Esportes. Isso porque a secretária Helena Reis, também filiada ao Republicanos, deve deixar o Palácio dos Bandeirantes para disputar a prefeitura de São José do Rio Preto (SP).

— Gostaria muito que a deputada Valeria Bolsonaro assumisse a pasta. Ela é muito próxima da Sonaira, tem acompanhado os trabalhos de perto, esteve na transição, é do PL. Ela tem todos os predicados para assumir — diz o deputado Gil Diniz (PL), um dos integrantes da bancada bolsonarista, criada em dezembro do ano passado.

Lucas Bove (PL), que também compõe o bloco informal ideológico, assina embaixo:

— Eu entendo que a Valeria Bolsonaro seria um bom nome para substituir a Sonaira, que fez um excelente trabalho, mas agora precisa se concentrar em sua reeleição na Câmara. Valeria é totalmente alinhada às nossas ideologias e seria uma representante do bolsonarismo dentro do Executivo — afirma o parlamentar.

Sonaira tem boa relação com a deputada Valeria Bolsonaro e já disse a aliados que deve trabalhar pelo nome da parlamentar como sua sucessora, mesmo ela sendo do PL.

Correndo o risco de perder espaço no governo, o partido deve tentar emplacar uma liderança no lugar. A deputada federal Maria Rosas (Republicanos ) é um dos nomes cotados, pela sua atuação em prol de causas relacionadas às mulheres.

Em setembro, outro nome da legenda foi cotado para o governo. O deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos) chegou a ser sondado para substituir o correligionário Roberto de Lucena na pasta de Turismo, mas ele recusou o convite, dizem aliados.

Nos bastidores do Republicanos existe uma insatisfação com o isolamento do partido nas decisões do governador. Dirigentes alegam não serem ouvidos e nem terem as indicações para cargos na máquina pública acatadas por Tarcísio.

De qualquer forma, existe a expectativa de que o governador chame o presidente da sigla, o deputado federal Marcos Pereira, para conversar sobre as vagas abertas no gabinete antes da saída de seus secretários. O movimento deve acontecer até março, mais perto do prazo para a desincompatibilização de cargos públicos para a disputa das eleições.

Casada com um primo de segundo grau do ex-presidente Jair Bolsonaro, Valéria tem alta identificação com as pautas do parente e boa relação com a bancada. Em seu perfil no Instagram, ela usa o lema clássico dos bolsonaristas — “Deus, Pátria, Família e Liberdade” — e menciona a nomenclatura exata da pasta de Sonaira entre os assuntos que lhe interessam enquanto deputada: “Políticas para as Mulheres”.

O movimento da bancada bolsonarista para garantir uma aliada na secretaria da Mulher ocorre após um ano de desgastes com o governador, acusado pelos parlamentares de se distanciar das pautas ideológicas. Em novembro, quatro deputados criaram um bloco informal na Alesp independente do Palácio dos Bandeirantes. A gota d'água para a criação do grupo foi a notícia de que o governo queria enviar um projeto para aumentar imposto.

Para aplacar resistências, o titular do Palácio dos Bandeirantes decidiu recuar do aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O compromisso de não enviar o projeto à Assembleia foi feito em reunião junto ao bloco às vésperas da votação da Sabesp. No encontro, Tarcísio não prometeu espaço no governo, mas disse que irá manter conversas mais próximas com os aliados para discutir a participação na sua administração.


Fonte: O GLOBO

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