Carlos Bolsonaro deve prestar depoimento sobre post com críticas ao comando da Polícia Federal

Carlos Bolsonaro deve prestar depoimento sobre post com críticas ao comando da Polícia Federal

Filho do ex-presidente foi intimado para esclarecer publicação feita em agosto de 2023 


O vereador Carlos Bolsonaro deve prestar depoimento nesta terça-feira à Polícia Federal sobre uma crítica feita ao comando da Polícia Federal em uma publicação nas redes sociais em 27 de agosto do ano passado.

A publicação, feita no X, antigo Twitter, faz um comentário sobre uma imagem repostada com alusão ao ex-presidente Jair Bolsonaro morto e com as frases “zero busca e apreensão, zero inquérito, zero perfis bloqueados, zero reportagem em repúdio, pessoas presas: zero”. No post, Carlos escreve: “O seu guarda diretor aqui enxerga com outros olhos”. A PF quer saber se ele atacou a honra do diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues.

Carlos também deve prestar depoimento sobre outro caso envolvendo um suposto esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Nessa segunda-feira, o vereador do Rio de Janeiro foi alvo de uma operação realizada pela PF para apurar se ele recebia informações sigilosas de adversários políticos do ex-presidente.

Endereços ligados a Carlos foram alvo da ação policial, que cumpriu buscas e apreensões no gabinete do vereador na Câmara Municipal do Rio. A PF também realizou diligências em um endereço em Angra dos Reis (RJ), onde Carlos estava na companhia do pai e seus irmãos, e em um escritório em Bento Ribeiro, zona Norte do Rio.


A corporação apreendeu o telefone do vereador e mais três computadores que estavam na casa da família na cidade da Costa Verde fluminense. De acordo com as investigações, o vereador é suspeito de receber informações da Abin por meio do deputado Alexandre Ramagem (PL), diretor da agência à época. Ramagem também é investigado e foi alvo de busca e apreensão na última quinta-feira.

Em nota, Carlos classificou a operação como “uma desastrosa e indevida fishing expedition, ou pescaria probatória, subvertendo a lógica das garantias constitucionais”. Ramagem afirmou em entrevista à GloboNews que não utilizou o software espião ou favoreceu a família Bolsonaro. A Abin nega qualquer irregularidade e diz que está colaborando com as investigações.

A PF diz que busca "avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas". Para a corporação, o grupo usou "técnicas de investigação próprias das polícias judiciárias, sem, contudo, qualquer controle judicial ou do Ministério Público".

Segundo a Polícia Federal, os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Reportagem do GLOBO publicada em março do ano passado revelou que a Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de pessoas pré-determinados por meio dos aparelhos celulares durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Após o caso vir à tona, a PF abriu um inquérito e identificou que a ferramenta foi utilizada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo.


Fonte: O GLOBO

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