Ataque israelense mata alto comandante do Hezbollah no Líbano, diz oficial de segurança

Ataque israelense mata alto comandante do Hezbollah no Líbano, diz oficial de segurança

Militares de Israel declararam que estavam prontos para atacar mais posições do movimento; ação aumenta os temores de que o conflito na Faixa de Gaza possa se espalhar

Um ataque israelense matou um alto comandante militar do Hezbollah no Líbano, disse uma autoridade de segurança nesta segunda-feira à AFP. Mais cedo, militares de Israel afirmaram ter atingido alvos do grupo xiita em Beirute, e declararam que estavam prontos para atacar mais posições do movimento, que é apoiado pelo Irã. A ação aumenta os temores de que o conflito na Faixa de Gaza possa se espalhar.

O comandante “teve um papel de liderança na gestão das operações do Hezbollah no sul”, disse o oficial de segurança, solicitando anonimato por questões de segurança. Conforme publicado pela Reuters, Wissam al-Tawil estava em seu carro com outro combatente quando foi atingido por um bombardeio a uma dezena de quilômetros da fronteira com Israel.

Segundo o contra-almirante Daniel Hagari, principal porta-voz dos militares israelenses, ao menos sete membros do Hezbollah morreram. Em entrevista coletiva realizada na noite de domingo, ele disse que os militares estão concentrados em destruir a unidade Radwan do Hezbollah, que teria planos de infiltrar-se em Israel pela fronteira norte.

O ataque mais recente ocorre em meio a receios de uma escalada regional, especialmente após o assassinato do número dois do Hamas, Saleh al-Arouri, em ataque atribuído a Israel em 2 de janeiro. Líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah já havia afirmado, na última sexta-feira, que seria “inevitável” uma resposta dura contra Israel.

O discurso, o segundo de Nasrallah desde a morte de al-Arouri, foi feito no mesmo dia em que o governo libanês apresentou uma queixa no Conselho de Segurança da ONU classificando o ataque em Beirute como “a fase mais perigosa” das agressões israelenses. O líder disse “não poder” ficar calado diante de “uma violação dessa magnitude, porque significaria que todo o Líbano estaria exposto [no futuro]”.

Escalada do conflito

As declarações foram dadas depois de o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, ter alertado autoridades dos EUA de que é cada vez mais curto o tempo para se evitar um conflito mais amplo com o grupo xiita no Líbano. A elevação do tom ocorreu no dia em que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, iniciou seu quarto percurso pelo Oriente Médio desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, há quase três meses, para tentar evitar a ampliação da crise.

De acordo com Nasrallah, se Israel obtiver êxito em conquistar a Faixa de Gaza — onde combate o Hamas desde 7 de outubro, quando sofreu o pior ataque em seu território desde a criação do Estado Judeu, em 1948 —, o sul do Líbano será o próximo objetivo militar do país. Neste momento, para Nicholas Blandford, analista do Atlantic Council, os ataques de um lado e de outro ainda estão “dentro de um certo limite”. Ele não descartou, porém, a possibilidade de que “algo (maior) esteja por vir”.


Fonte: O GLOBO

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