PGR afasta servidor investigado em operação da PF sobre tráfico de armas

PGR afasta servidor investigado em operação da PF sobre tráfico de armas


Wagner Miranda não poderá atuar em suas funções por 30 dias, após determinação judicial; órgão diz ainda não haver denúncia contra ele

A Procuradoria-Geral da República (PGR) afastou um servidor investigado em uma operação da Polícia Federal (PF) sobre tráfico internacional de armas. O inquérito apura a venda de fuzis para as principais facções criminosas brasileira.

Lotado na PGR, Wagner Vinicius de Oliveira Miranda entrou na mira da PF após os investigadores rastrearem a movimentação financeira do grupo. O servidor vai ficar afastado por 30 dias, por determinação da Justiça Federal da Bahia.

Em nota, a Procuradoria ressaltou que o servidor ainda não foi denunciado pelo MPF. “Não há denúncia criminal no caso ainda, o que não impede a aplicação de outras medidas. Desde o início da investigação, foram adotadas todas as providências cabíveis tanto na esfera criminal quanto na administrativa", diz o órgão. A reportagem tentou contato com Miranda por e-mail e telefone, mas não houve resposta.

A investigação é conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPF na Bahia e está sob sigilo.

Miranda foi um dos alvos de buscas da Operação Dakovo, deflagrada na semana passada pela PF.

A corporação contou com a cooperação internacional de autoridades do Paraguai e Estados Unidos para desarticular o que classificou como a maior quadrilha de contrabando de armas da América do Sul. O grupo teria movimentado cerca de R$ 1,2 bilhão no tráfico de 43 mil armas nos últimos três anos.

Segundo a PF, a quadrilha era responsável por uma "complexa e multimilionária engrenagem de tráfico ilícito de armas de fogo", que eram importadas da Europa para a América do Sul. Fabricadas em países europeus, as armas chegavam primeiro no Paraguai, em uma empresa sediada em Assunção, onde tinham sua numeração de série raspada, para dificultar o rastreio.

Após serem raspadas, as armas eram revendidas por intermediários na fronteira entre Brasil e Paraguai para as principais facções criminosas brasileiras — Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comanda da Capital (PCC). Segundo a polícia, desde 2020, 659 armas entregues pelo grupo aos criminosos foram apreendidas em dez estados brasileiros. O local onde as raspagens eram realizadas foi identificado pela PF na última terça-feira.

Ainda de acordo com a PF, a empresa paraguaia importou o material bélico — milhares de pistolas, munições e fuzis — de vários fabricantes europeus sediados na Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.


Fonte: O GLOBO

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