Metade dos jovens das famílias mais pobres do país não estuda nem trabalha

Metade dos jovens das famílias mais pobres do país não estuda nem trabalha

Pela primeira vez, IBGE mapeou os nem-nem por faixa de renda. Entre os 10% mais ricos, apenas 7,1% dos brasileiros de 15 a 29 anos estão nesta situação. Na baixa renda, houve piora nos últimos anos

Metade dos jovens de 15 a 29 anos das famílias mais pobres do país não estuda nem trabalha. Pela primeira vez, o IBGE mapeou os chamados nem-nem por faixa de renda. E constatou que, nos lares que representam os 10% dos domicílios mais pobres do Brasil, 49,3% dos moradores dessa faixa etária não estão estudando nem trabalhando.

São famílias nas quais a renda domiciliar per capita média é de até R$ 163 por mês.

Na outra ponta da pirâmide social, nas famílias dos 10% mais ricos do país, nas quais a renda média per capita é de R$ 6.448, essa parcela é de só 7,1%. Os dados são da pesquisa Síntese dos Indicadores Sociais (SIS), divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE.

Enquanto nos estratos de renda mais alta a parcela dos jovens nem-nem diminuiu na última década, entre as famílias mais pobres a situação só se agravou. Em 2012, 41,9% dos jovens nos lares mais pobres não estudavam nem trabalhavam. Em 2022, esse número saltou para 49,3%.

Por outro lado, nos 10% de famílias mais ricas, 8,4% não estudavam nem trabalhavam em 2012 - agora são 7,1%.

No Brasil, 10,9 milhões de jovens 'nem-nem'

O levantamento mostra que cerca de 22% dos jovens de 15 a 29 anos no Brasil não estudavam nem estavam ocupados em 2022, o que representa 10,9 milhões de pessoas. É o menor valor absoluto da série histórica, iniciada em 2012.

Em termos percentuais, é o melhor resultado desde 2014, quando eram 21,7% nesta situação.

No recorte de gênero e raça, são principalmente jovens pretas ou pardas (43,3%) que não estudam nem trabalham, seguidas por homens pretos ou pardos (24,3%). Na retaguarda, aparecem as mulheres brancas (20,1%) e os homens brancos (11,4%).

A maternidade precoce, os afazeres domésticos e a necessidade de cuidar de parentes costuma ser o principal motivo para essa diferença tão grande nos gêneros, afastando mais as meninas e mulheres das escolas e do mercado de trabalho.


Fonte: O GLOBO

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