Wayne Rooney abre o jogo sobre abuso de álcool no início da carreira: 'Bebia até quase desmaiar'

Ex-atacante afirmou em podcast que ascensão precoce à elite do futebol o fez buscar maneiras de 'aliviar' a pressão da fama

Wayne Rooney descreveu o abuso de álcool no início de sua carreira no futebol como uma tentativa de "aliviar" a pressão, dizendo que bebia "quase até desmaiar". O técnico do Birmingham falou sobre as dificuldades que enfrentou para lidar com a fama no novo podcast do ex-astro da liga de rugby e ativista da doença do neurônio motor (MND), Rob Burrow.

Rooney estreou na equipe principal do Everton aos 16 anos, foi convocado pela seleção da Inglaterra aos 17 e ingressou no Manchester United aos 18. Ele contou que a ascensão teve um custo.

— Minha via de escape foi o álcool quando eu tinha 20 e poucos anos — disse o ex-atleta de 38 anos a Burrow. — Eu ia para casa, passava alguns dias em casa e não saía de casa. Bebia quase até desmaiar. Eu não queria estar perto de pessoas, porque às vezes você se sente envergonhado. Às vezes você sente que decepcionou as pessoas e, no final das contas, eu não sabia de que outra forma lidar com isso.

Rooney contou que, ao não aceitar a ajuda e a orientação de outras pessoas, sentiu-se numa "posição inferior" durante "alguns anos".

— Felizmente, agora não tenho medo de falar com as pessoas sobre os problemas — destacou.

Rooney, que retornou recentemente ao futebol da Inglaterra depois de atuar nos Estados Unidos, é o primeiro convidado de uma nova série do podcast The Total Sport da BBC.

Burrow, ex-astro do Leeds Rhinos, que foi diagnosticado com MND em 2019, e sua mulher Lindsey entrevistam sete grandes nomes do esporte e fazem sete perguntas no podcast, chamado Seven: Rob Burrow. O apresentador usa tecnologia de IA e voz computadorizada para se comunicar.

Rooney disse que a abordagem de Burrow à doença inspirou outras pessoas.

— Sei em primeira mão o impacto que esta (doença) pode ter sobre você e as pessoas ao seu redor — disse ele. — Todos devem mudar o modo de viver e eu tive isso com minha cunhada, que não sofria da mesma doença, mas de algo igualmente grave. Mas sua energia e positividade ajudam todos ao seu redor. Vejo o dinheiro que você arrecadou para caridade e para ajudar outras pessoas. É realmente inspirador.


Fonte: O GLOBO