Mortes no mundo aumentaram 43% em 2022, comparado ao ano anterior, chegando a quase 136 mil
As mortes por sarampo no mundo aumentaram 43% em 2022, comparado ao ano anterior chegando a quase 136 mil. O total de casos aumentou 18%, atingindo 9 milhões. Estes são dados do relatório do Centro de Controle de Doenças Infecciosas dos EUA (CDC), publicado em 17 de novembro.
As mortes por sarampo no mundo aumentaram 43% em 2022, comparado ao ano anterior chegando a quase 136 mil. O total de casos aumentou 18%, atingindo 9 milhões. Estes são dados do relatório do Centro de Controle de Doenças Infecciosas dos EUA (CDC), publicado em 17 de novembro.
O relatório, intitulado “Progresso para a eliminação do sarampo”, documenta os resultados do período de 2000-2022. Neste período, estima-se que a vacinação preveniu 57 milhões de mortes por sarampo no mundo. No entanto, quedas na vacinação infantil deixaram milhões de crianças descobertas, e podem ter causado o excesso de mortes em 2022.
Analisando a cobertura de primeira dose em crianças, o relatório do CDC, em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mostra que, de 2000 a 2019, a cobertura aumentou no mundo todo, passando de 72% para 86%. Durante a pandemia, caiu para 83% em 2020, e 81% em 2021. Em 2022, volta a subir globalmente, chegando a 83%. Mas, nas Américas e Europa, seguiu caindo. Em países de baixa renda, a cobertura caiu de 71% a 67% entre 2019-2021, e a 66% em 2022.
Sarampo é uma doença extremamente contagiosa, e exige uma cobertura vacinal alta, maior que 95%, para manter o vírus controlado. Em 2022, dos 194 países membros da OMS, apenas 65 alcançaram cobertura maior que 95%. Neste ano, aproximadamente 22 milhoes de crianças ficaram sem a primeira dose de vacina.
Analisando a cobertura de primeira dose em crianças, o relatório do CDC, em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mostra que, de 2000 a 2019, a cobertura aumentou no mundo todo, passando de 72% para 86%. Durante a pandemia, caiu para 83% em 2020, e 81% em 2021. Em 2022, volta a subir globalmente, chegando a 83%. Mas, nas Américas e Europa, seguiu caindo. Em países de baixa renda, a cobertura caiu de 71% a 67% entre 2019-2021, e a 66% em 2022.
Sarampo é uma doença extremamente contagiosa, e exige uma cobertura vacinal alta, maior que 95%, para manter o vírus controlado. Em 2022, dos 194 países membros da OMS, apenas 65 alcançaram cobertura maior que 95%. Neste ano, aproximadamente 22 milhoes de crianças ficaram sem a primeira dose de vacina.
Entre os dez países com o maior número de crianças não vacinadas em 2022, está o Brasil. Nosso país, que já foi exemplo para o mundo, agora figura no “ranking negativo” do sarampo ao lado de países com histórico de dificuldades nessa área, como Paquistão, Nigeria, República Democrática do Congo e Indonésia.
Os números oficiais brasileiros confirmam o relatório do CDC. Dados do DataSUS e da plataforma VacinaBR, do Instituto Questão de Ciência, mostram queda da cobertura de primeira dose para sarampo, entre 2013 e 2022. De 2013 a 2017, a maioria dos estados brasileiros tinha cobertura acima de 95%.
Os números oficiais brasileiros confirmam o relatório do CDC. Dados do DataSUS e da plataforma VacinaBR, do Instituto Questão de Ciência, mostram queda da cobertura de primeira dose para sarampo, entre 2013 e 2022. De 2013 a 2017, a maioria dos estados brasileiros tinha cobertura acima de 95%.
A partir de 2017, vemos a maior parte dos estados com cobertura abaixo da meta, cenário vai piorando. Em 2020, todos os estados estão abaixo dos 95%. Em 2022, Rio de Janeiro, Roraima, Amapá e Pará ficaram abaixo de 70%.São Paulo aparece com apenas 78%. A cobertura total no Brasil ficou em torno de 80% no ano passado.
Os surtos de sarampo pelo mundo também aumentaram. Em 2022, 37 países da OMS apresentaram surtos, comparado com 21, no ano anterior. Pode-se especular sobre as causas dessas quedas, incluindo o efeito da pandemia, que dificultou o acesso da população às vacinas de modo geral, e trouxe uma onda de desinformação sobre vacinas, e a falta de investimento em campanhas.
Retomar a cobertura vacinal para sarampo e outras doenças é tão urgente quanto explicar que sarampo pode matar. O sarampo tende a aparecer no imaginário popular, erroneamente, como uma doença benigna. Ideias ultrapassadas e perigosas (mas ainda influentes, por exemplo, na doutrina antroposófica, seguida por alguns médicos) de que certas doenças seriam “parte natural da infância” levam à complacência.
Estudos científicos sobre motivação para vacinar mostram que as melhores campanhas são aquelas que focam em aumentar a adesão de pessoas já motivadas, mas que por alguma razão, seja comodismo ou falta de acesso ao posto de vacinação, vão deixando a vacina para depois. Não são pessoas contrárias à vacinação, são gente que encontra obstáculos ou que não enxerga a urgência.
Os surtos de sarampo pelo mundo também aumentaram. Em 2022, 37 países da OMS apresentaram surtos, comparado com 21, no ano anterior. Pode-se especular sobre as causas dessas quedas, incluindo o efeito da pandemia, que dificultou o acesso da população às vacinas de modo geral, e trouxe uma onda de desinformação sobre vacinas, e a falta de investimento em campanhas.
Retomar a cobertura vacinal para sarampo e outras doenças é tão urgente quanto explicar que sarampo pode matar. O sarampo tende a aparecer no imaginário popular, erroneamente, como uma doença benigna. Ideias ultrapassadas e perigosas (mas ainda influentes, por exemplo, na doutrina antroposófica, seguida por alguns médicos) de que certas doenças seriam “parte natural da infância” levam à complacência.
Estudos científicos sobre motivação para vacinar mostram que as melhores campanhas são aquelas que focam em aumentar a adesão de pessoas já motivadas, mas que por alguma razão, seja comodismo ou falta de acesso ao posto de vacinação, vão deixando a vacina para depois. Não são pessoas contrárias à vacinação, são gente que encontra obstáculos ou que não enxerga a urgência.
As campanhas também funcionam melhor quando são organizadas localmente, envolvendo líderes comunitários e religiosos, que têm uma relação de confiança e proximidade com a população. O Brasil tem condições de organizar estas campanhas. Melhor não esperar muito. Campanha ineficaz reduz vacinação. Pouca vacinação traz o sarampo de volta. E de volta, o sarampo mata.
Fonte: O GLOBO
Fonte: O GLOBO
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Saúde