Para driblar hesitação vacinal de pais e mães, Turma da Monica criou historinha sobre imunização
Não é novidade para quem trabalha com comunicação de ciência que existe um mercado perverso que promove desinformação sobre saúde. Promessas irreais e milagrosas para curar doenças graves e crônicas pipocam em sites especializados em curas ditas naturais, não por acaso acopladas a assinaturas de newsletters e vídeos, venda de livros, vitaminas e suplementos. Uma das ferramentas desse mercado é a desinformação sobre vacinas.
Criando narrativas distorcidas, quando não mentirosas, sobre efeitos nocivos “gravíssimos” atribuídos à vacinação, mercadores de ilusão usam terror para vender um estilo de vida onde vacinar é perigoso e em que certos produtos — a preços módicos — produzem um sistema imune à prova de balas e de vírus, que torna desnecessárias as “terríveis” vacinas.
Combater esse discurso é um desafio. Requer trabalho cuidadoso de esclarecimento e acolhimento. As vítimas dos mercadores de dúvidas não são culpadas por sentir medo e por quererem proteger seus filhos.
Envolve também tempo e preparo para explicar o equilíbrio entre riscos e benefícios, e mostrar como o risco trazido pela doença é sempre maior do que o risco de possíveis efeitos adversos de vacina, que como qualquer medicamento, é testada exaustivamente para garantir de que estes efeitos sejam majoritariamente de baixa frequência e gravidade.
Neste cenário, o Instituto Questão de Ciência (IQC) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) perguntaram a mais de mil pediatras do Brasil quais eram as maiores dificuldades que enfrentavam no dia a dia do consultório, quando pais e mães chegavam com dúvidas sobre se deveriam ou não vacinar suas crianças.
Neste cenário, o Instituto Questão de Ciência (IQC) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) perguntaram a mais de mil pediatras do Brasil quais eram as maiores dificuldades que enfrentavam no dia a dia do consultório, quando pais e mães chegavam com dúvidas sobre se deveriam ou não vacinar suas crianças.
Grande parte dos respondentes assinalou que não havia tempo suficiente nas consultas para explicar tudo, e que seria interessante ter material de apoio que pudesse ser distribuído para os responsáveis e também para crianças e adolescentes.
Desse pedido surgiu a ideia da parceria com o Instituto Mauricio de Sousa, para criar uma revistinha da Turma da Mônica sobre hesitação vacinal. Quem melhor para contar esta história do que os personagens de quadrinhos mais queridos do Brasil? A revistinha foi lançada e está disponível nos sites do IQC e SBP, de forma gratuita. Na história, conhecemos o Fernando, cujos pais decidem evitar a vaciná-lo porque leram coisas horríveis sobre vacinas na internet.
Desse pedido surgiu a ideia da parceria com o Instituto Mauricio de Sousa, para criar uma revistinha da Turma da Mônica sobre hesitação vacinal. Quem melhor para contar esta história do que os personagens de quadrinhos mais queridos do Brasil? A revistinha foi lançada e está disponível nos sites do IQC e SBP, de forma gratuita. Na história, conhecemos o Fernando, cujos pais decidem evitar a vaciná-lo porque leram coisas horríveis sobre vacinas na internet.
Mas o Cebolinha apresenta Fernando para Luca, um amiguinho que ficou cadeirante após sequelas de poliomielite. Seus pais também não o haviam vacinado. Talvez um dos melhores pontos do roteiro seja quando Cebolinha chama os pais do Fernando de “desnatulados”, e Luca o corrige, dizendo que não, eles foram enganados, “como os meus pais”.
Os meninos arranjam um encontro entre os pais de Luca e de Fernando, para conversar sobre desinformação e risco. Os pais do Fernando ainda não ficam convencidos, mas se mostram abertos a conversar com a médica pediatra, para tirar mais dúvidas. Em seguida, a médica explica como funcionam notícias falsas e como são feitas as vacinas. O final? Veja na historinha!
Essa constatação de que pais e mães são vítimas de um mercado bilionário de desinformação, e que são boas pessoas que só querem o melhor para os seus filhos, é essencial para uma boa comunicação de ciência. Toda a informação do mundo pode ser insuficiente sem acolhimento e compaixão.
Essa constatação de que pais e mães são vítimas de um mercado bilionário de desinformação, e que são boas pessoas que só querem o melhor para os seus filhos, é essencial para uma boa comunicação de ciência. Toda a informação do mundo pode ser insuficiente sem acolhimento e compaixão.
Esperamos que a revistinha chegue em todas os consultórios pediátricos, postos de saúde e de vacinação do Brasil. E que todas as famílias possam se sentir acolhidas em seus medos e dúvidas, juntando ciência e compaixão.
Fonte: O GLOBO
Fonte: O GLOBO
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Saúde