Após incidentes, Aena quer aviação executiva fora da pista principal de Congonhas

Após incidentes, Aena quer aviação executiva fora da pista principal de Congonhas

Na última semana, três incidentes envolvendo aviões de pequeno porte levaram ao fechamento da pista principal do aeroporto, resultando em mais de 80 voos cancelados

A Aena, concessionária espanhola que assumiu em outubro a gestão do aeroporto de Congonhas, quer limitar as operações de aeronaves de pequeno porte na pista principal do aeroporto. A coluna teve acesso a um pedido encaminhado pela concessionária à Superintendência de Infraestrutura Aeroportuária (SIA) da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para restringir aviação geral de utilizar a pista principal para pousos e decolagens.

O pedido vem após três incidentes com aviões de pequeno porte em uma única semana provocarem o cancelamento de mais de 80 voos, além de atrasos e destinos alternados, comprometendo a malha doméstica e gerando transtornos a milhares de passageiros. Somados, os três eventos ocorridos nos dias 29 de outubro e 1 e 3 de novembro provocaram o fechamento da pista por 246 minutos.

Na comunicação à Anac, a Aena solicita que seja emitido um NOTAM, que é um documento para que os pilotos tomem conhecimento da regra de operação de um aeroporto, com as restrições à operação da aviação executiva na pista principal.

"Entendemos que a matriz de risco de incidentes envolvendo a aviação geral em um aeroporto como o de Congonhas deve ser reavaliada. A probabilidade e severidade dos impactos de incidentes como os ocorridos nesta semana enseja a tomada de medidas para o ordenamento do uso da infraestrutura do Aeroporto de Congonhas", diz a Aena na soliticação.

No pedido, a Aena diz que tem conseguido remover as aeronaves com agilidade, "de maneira segura e eficiente”: o tempo médio foi de 1h10.

Em outubro do ano passado, ainda sob gestão da Infraero, um incidente com um avião particular levou à interdição da pista por quase 9 horas. Foi uma das maiores interrupções provocadas na pista principal de Congonhas por um avião particular de pequeno porte. 

Este teve o pneu do trem de pouso traseiro estourado e foi parar rente ao barranco no final da pista. Divergências com a seguradora do avião sobre a forma de retirar a aeronave da pista e a demora para a chegada do equipamento de remoção ajudam a explicar a lentidão.

Ontem, depois que problemas no sistema de freios na aterrissagem de um jato executivo Cessna Citation provocou o fechamento do aeroporto por 1h17, provocando 12 cancelamentos e levando outros 14 voos a alternar para outro destino, a ALTA, entidade que representa as companhias aéreas da América Latina, incluindo Gol, Latam e Azul, divulgou uma nota defendendo que a pista principal seja usada exclusivamente para a aviação regular comercial.

— Acreditamos que já é hora de encarar a realidade de maneira técnica e em benefício da grande massa da população que está sendo impactada direta ou indiretamente pelas interrupções do tráfego no aeroporto em razão de problemas gerados por aeronaves que deveriam – e poderiam – usar outras infraestruturas, privadas ou concedidas, que cercam a cidade — afirmou em nota o presidente da ALTA, José Ricardo Botelho.


Fonte: O GLOBO

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