Novo estudo revelou que diferentes fatores podem influenciar na formação da memória associativa (que liga rostos à nomes)
O esquecimento de um nome ou rosto pode causar certo desconforto em momentos de reencontro. Pesquisadores da Rice University, localizada nos Estados Unidos, procuraram respostas sobre como esse funciona o processo de formação da memória associativa, que liga rostos à nomes.
Para a isso, o estudo desenvolveu um teste incluindo um conjunto de estímulos faciais de pessoas reais com características naturais, expressões emocionais diversas, podendo ser negativa, neutra ou positivas, semelhança (mesma pessoa com aparência alterada, pessoa semelhante), sexo feminino ou masculino e pessoas de diferentes etnias.
— Uma grande barreira no estudo da memória é a criação de medidas de investigação que reflitam com precisão a experiência do cérebro. Desenvolvemos este teste de memória para ajudar a identificar problemas de memória mais cedo — afirma Stephanie Leal, professora assistente de ciências psicológicas da universidade e autora principal.
De acordo com os resultados, publicados na revista Neuropsychologia, a maior dificuldade das associações pode ser devida à “sobreposição e interferência” entre as pessoas. Ou seja, as barreiras naturais encontradas no processo de memorização, como semelhanças com outros indivíduos, assim como as mudanças de aparência com o passar do tempo, a partir do uso de óculos e cortes de cabelo diferentes, por exemplo.
O objetivo visualizado pelos cientistas era ativar o hipocampo, região cerebral responsável por processar as experiências e formar memórias. Dessa forma, eles descobriram que os adultos mais velhos apresentaram uma dificuldade maior em lembrar os rostos juntamente aos nomes.
Além disso, foi descoberto que os jovens se lembravam melhor de rostos expressando características emocionais do que os rostos neutros, mas os adultos mais velhos lembravam-se melhor de rostos positivos. Assim como o reconhecimento era maior entre pessoas da mesma etnia, segundo o estudo, devido ao histórico de experiências em comum.
— Temos conexões neurais mais fortes para pessoas, lugares e coisas com as quais temos mais experiência — explica Stephanie.
"Também examinamos o impacto do sexo dos participantes como um fator, mas não encontramos nenhum efeito significativo, provavelmente devido ao pequeno tamanho da amostra que foi tendencioso para as mulheres (68% de mulheres na amostra jovem e 81% de mulheres na amostra de adultos mais velhos)", escrevem os autores.
O teste, idealizado pela equipe de cientistas, foi projetado para ser generalizável entre gênero e raça, variáveis que foram deixadas de lado em pesquisas anteriores. A autora principal aponta que será essencial que estudos futuros incluam uma amostra mais diversificada de participantes para determinar com maior detalhe os efeitos do sexo e da raça na memória associativa.
Fonte: O GLOBO
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